Depoimento sigiloso de André Vargas a Moro causa preocupação em Brasília e deixa Gleisi em alerta

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Na manhã desta terça-feira (13), o deputado cassado André Vargas Ilário (ex-PT), preso e condenado na Operação Lava-Jato por envolvimento no maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF).

O depoimento sigiloso de Vargas deixou muitas pessoas preocupadas em Brasília, uma vez que suas relações nos subterrâneos da política nacional eram diversificadas. Condenado a 14 anos e 4 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o paranaense André Vargas sempre foi muito próximo politicamente do casal Gleisi Helena Hoffmann e Paulo Bernardo da Silva. Ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, Vargas chegou a ser coordenador da campanha de Gleisi, posto que deixou por conta dos escândalos decorrentes do Petrolão.

Considerando que, após o duro discurso do ministro Celso de Mello contra a corrupção, proferido na posse na nova presidente da Corte, a 2ª Turma do STF marcou para o próximo dia 20 de setembro marcou o julgamento da denúncia contra Gleisi, acusada de receber, em 2010, R$ 1 milhão do esquema criminoso que funcionava na Petrobras, a senadora petista poderá perder o sono de agora em diante. No caso de a 2ª Turma aceitar a denúncia, a parlamentar paranaense passará à condição de ré.

Ao todo sete delatores da Lava-Jato acusaram Gleisi de ter recebido dinheiro do Petrolão para ajudar no caixa da campanha ao Senado Federal. Entre os que acusaram a senadora, os mais destacados são Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e Alberto Youssef, o doleiro do Petrolão.


Na mesma denúncia, oferecida pela Procuradoria-Geral da República, são acusados o marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações) e o empresário Ernesto Kluger, dono de um shopping popular em Curitiba e acusado de ter recebido o dinheiro sujo em nome da petista. De igual modo, se aceita a denúncia da PGR, Bernardo e Kluger tornar-se-ão réus.

Paulo Bernardo também é réu em ação penal que tramita na 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, por envolvimento no esquema Consist, que surrupiou mais de R$ 100 milhões de servidores federais, inclusive aposentados, que recorreram a empréstimos consignados. O esquema criminoso funcionava no Ministério do Planejamento e teve Bernardo como principal patrocinador, segundo as investigações da Operação Custo Brasil.

A senadora Gleisi também está na mira da Custo Brasil – desdobramento da Operação Pixuleco II (18ª fase da Lava-Jato) – que só foi possível por causa do acordo de delação premiada de Alexandre Romano, o Chambinho, que detalhou o assalto aos servidores federais.

Os detalhes fornecidos por Chambinho levaram a força-tarefa da Custo Brasil até o advogado Guilherme Gonçalves, que através de uma triangulação pagava contas da senadora e do marido com dinheiro da corrupção. Até um videogame comprado para o filho de Gleisi teria sido pago com o dinheiro sujo.

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