Luiz Inácio da Silva é um alarife profissional e isso é impossível de negar. Nesta quinta-feira (15), após reunião da executiva nacional do PT, o ex-metalúrgico criticou a denúncia feita pela força-tarefa da Operação Lava-Jato, que o acusa de corrupção e lavagem de dinheiro, não sem antes qualificá-lo como “comandante máximo” da maior roubalheira da história do País.
Lula alegou que não usaria sua condição de ex-presidente da República e não se faria de vítima, mas o dramalhão foi tamanho que chegou a ser nauseante. Por questões óbvias ele negou as acusações que lhe faz o Ministério Público Federal (MPF), mas em momento algum apresentou um fato novo capaz de derrubar a denúncia. Limitou-se a repetir de maneira enfadonha a cantilena de sempre, exaltando uma inocência que ele próprio desconhece.
É fato que o ônus da prova cabe a quem acusa, mas os procuradores da República não seriam irresponsáveis a ponto de denunciar Lula mediante a ausência de provas. Diante de jornalistas e de uma plateia de aluguel, como sempre acontece quando os camaradas estão enroscados, Lula disse que tem a consciência tranquila.
“Todas essas denúncias, tenho a consciência tranquila, e mantenho o bom humor, porque me conheço, sei de onde vim, sei para onde vou, sei quem me ajudou a chegar onde estou, sei quem quer que eu saia, sei quem quer que eu volte”, declarou Lula, que mais uma vez enrolou e não explicou.
Falando como “cidadão indignado”, não como político, o ex-presidente declarou: “Nunca pensei em passar por isso”. Essa declaração combina com a sensação de impunidade que ele próprio alimentou durante o período em que esteve no Palácio do Planalto e também na era Dilma.
O petista, que não sabe como escapar das graves denúncias, disse que “construíram uma mentira” e o momento é de “concluir a novela”. “Vão agora dar o desfecho, acabar com a vida política do Lula. Não existe outra explicação para o espetáculo de pirotecnia que fizeram ontem [quarta]”, emendou.
Lula é um fanfarrão conhecido e sabe manipular a massa, por isso novamente agarrou a um discurso molambento, com direito a sessões de lágrimas crocodilescas. A encenação foi tamanha, que o petista voltou à tese de que muitos desejam eliminar o PT, como se um partido que já foi comparado a uma organização criminosa precisasse da ajuda de terceiros para ser varrida do mapa político. “O PT é tido como partido que tem que ser extirpado da política brasileira”, disse.
Em mais um momento de deboche explícito, Lula afirmou que respeita as instituições, mas ignorou as gravíssimas acusações feitas em conversas telefônicas com “companheiros”, as quais foram grampeadas com a autorização da Justiça. O petista desancou com muitas das instituições, mas agora quer posar de mártir incompreendido e perseguido. “Respeito as instituições e respeito as leis. Vou prestar quantos depoimentos quiserem. É só me chamar”, afirmou o mitômano delinquente.
Sua ousadia do é de tal modo monumental, que ele arriscou declarar que “quando eu transgredir a lei, me punam para servir de exemplo. Mas quando eu não transgredir, procurem outro para criar problema”. Ou seja, a vitimização barata e rasteira mais uma vez deu o ar da graça. Como se alguém acreditasse em suas palavras – exceto a claque proxeneta – Lula foi alem e disparou: “ninguém está acima da lei, nem um ex-presidente, nem um procurador da República, nem um ministro do Supremo Tribunal Federal”.
Contrariando a abertura do seu discurso, quando garantiu que não se faria de vítima, Lula mostrou de novo que é um mentiroso profissional, com especialização em dramalhões baratos. “Sabe o que é, num domingo de chuva, com cinco irmãos, em São Bernardo do Campo, esperando a hora do almoço sem ter um bocado de feijão para colocar no fogo”.
Dono de bazófia insofismável, Lula pinçou sandices para explicar o que não tem explicação. Disse que participou de todos os encontros do G-8 (reunião das oito maiores economias globais), algo que muitos sociólogos gostariam de ter feito. Como sempre, o petista tentou transferir aos adversários a responsabilidade que lhe cabe. Cutucar Fernando Henrique Cardoso de maneira inominada denota que o desespero corrói o ex-presidente. Lembrando que participar de encontros com líderes internacionais não dá o direito de saquear os cofres públicos.
A petulância de Lula não parou por aí. O petista defendeu que a alternância no poder é importante para a democracia, fingindo que ele e seu partido jamais tiveram um projeto criminoso de poder. Em suma, Lula está visivelmente abalado e precisando relaxar em Curitiba.