PT adota estratégia “suicida” e exige que candidatos defendam o “comandante da propinocracia”

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A direção nacional do PT decidiu deflagrar uma operação suicida, que exibe o nível do desespero que tomou conta do partido diante da possibilidade do ex-presidente Lula ser preso a qualquer momento no âmbito da Operação Lava-Jato.

Ao transformar em discurso para a militância um pronunciamento que deveria rebater a denúncia do Ministério Público Federal, Lula piorou a própria situação ao não revelar qualquer fato novo que pudesse minimizar a acusação por corrupção e lavagem de dinheiro.

No rastro das consequências de um pronunciamento desastroso, o PT determinou aos candidatos do partido às prefeituras em todo o País que saiam em defesa de Lula. A ideia é fazer com que nas respectivas campanhas os candidatos façam a defesa de Lula, como se a enorme lambança patrocinada pelo ex-presidente pudesse ser defendida, uma vez que as investigações apontam na direção contrária.

De acordo com Rui Falcão, presidente nacional do PT, a legenda quer que os candidatos petistas às prefeituras nas capitais e nas cidades onde ocorrerão segundo turno leiam uma nota padrão para demonstrar solidariedade ao ex-presidente e, se possível, convocar manifestações.


Em relação à eleição presidencial de 2018, Falcão disse que o nome do ex-metalúrgico é “querido e desejado por uma grande parcela da sociedade”, o que desde já o transforma em forte candidato. Mesmo assim, é preciso combinar com o juiz Sérgio Moro sobre esse desejo de Lula de disputar a Presidência.

Rui Falcão deixou claro, nas entrelinhas, que o partido não abandonará tão cedo a tese do golpe e da perseguição política, que só existe no discurso dos companheiros. O dirigente petista evitou tratar da possibilidade de alguém substituir Lula na empreitada eleitoral de 2018, sob a alegação de que é preciso evitar perseguição política a outros correligionários.

Entre a fala de Falcão e a dura realidade enfrentada pelo partido há uma enorme e perigosa distância. O PT não tem em seus quadros pelo menos um nome com condições políticas de disputar uma eleição presidencial. Se esse cenário já causava preocupação antes da eclosão do escândalo de corrupção que atingiu a Petrobras e outras estatais, depois disso a situação piorou sobremaneira.