Uma semana após a cassação de Cunha, Câmara mantém o status quo, com bravatas e negociatas

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Nesta segunda-feira (19) completa uma semana da cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de quebra de decoro parlamentar por ter mentido na CPI da Petrobras, na qual prestou depoimento voluntário e negou ter contas bancárias no exterior.

A Câmara dos Deputados, que já vinha funcionava sem a presença da Cunha, pois seu mandato foi suspenso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), não sentiu a ausência do peemedebista, especialmente porque o quorum na Casa legislativa não tem sido dos melhores por conta das campanhas municipais.

Com ou sem a presença de Eduardo Cunha, que foi cassado porque quebrou o decoro parlamentar e teve participação direta no escândalo o Petrolão, a Câmara dos Deputados continua funcionando do mesmo modo de sempre. À base de conchavos criminosos, negociações espúrias e chantagens contínuas impostas ao Palácio do Planalto, como se o Brasil fosse uma versão agigantada da Camorra.


Muitos dos que subiram à tribuna da Câmara para defender a perda do mandato de Cunha – algo necessário – não têm condições éticas para discursos moralistas. São corruptos conhecidos de longa data, mas que fazem da retórica rebuscada uma espécie de blindagem contra a suspeita alheia.

A pauta do Congresso Nacional anda a passos lentos, quando não de lado, pois os parlamentares querem, mais uma vez, cobrar a devida contrapartida – criminosa, é importante salientar – para aprovar medidas que no médio prazo poderão tirar o Brasil do atoleiro da crise. Discursam como patriotas, mas não passam de malandros profissionais que agem com a destreza de mafioso, Quando não querem imediatamente algo em troca, buscam inviabilizar a solução com o objetivo de deixar o caminho aberto para promessas insanas na próxima corrida presidencial.

Dentro de alguns meses, partidos terão de escolher seus respectivos lideres. E isso significa que, em determinados casos, aquele que quiser comandar uma legenda terá de pagar por isso de forma antecipada ou garantir a divisão do butim mais adiante. Mesmo assim, algum valor terá de aterrissar de chofre no bolso dos que o escolherão como líder.

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