Lava-Jato: ao afirmar que denúncia é “farsa” e “grande mentira”, Lula mostra que mitomania é seu forte

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A decisão do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, de aceitar a denúncia contra o ex-presidente Lula – e outras setes pessoas – por corrupção e lavagem de dinheiro era esperada, inclusive por integrantes da cúpula do Partido dos Trabalhadores.

Entre a realidade dos fatos e a “gritaria” do dramaturgo do Petrolão há uma enorme distância. Por questões óbvias, Lula reagiu à decisão do juiz, alegando que se trata de “farsa” e “grande mentira”. Não se pode negar que Luiz Inácio da Silva é um especialista em farsas e mentiras, até porque a última década não deixa dúvidas a respeito do assunto, mas nesse caso, mais uma vez, o mentiroso é ele próprio. Diz a máxima popular que contra fatos não há argumentos, mas a insistência de Lula para se mostrar inocente é inócua.

Por mais que os “companheiros” não larguem o trombone da infâmia, a situação de Lula é complexa e tende a piorar. Isso porque uma eventual condenação no caso do apartamento triplex em Guarujá ou no do sítio em Atibaia há de tirar o petista da corrida presidencial de 2018, caso a sentença condenatória seja confirmada em segunda instância.

No que tange à aludida “farsa”, Lula adota esse discurso porque ao PT resta apenas a alternativa do discurso mentiroso para evitar que a legenda seja dragada pela areia movediça da bandalheira política. O ex-metalúrgico sabe da própria culpa, mas ninguém é obrigado a produzir provas contra si. O que faz com que o petista acione a corda da cantilena do golpe e da perseguição.


Se “grande mentira” é o termo que Lula escolheu para adjetivar a decisão de Sérgio Moro, que o agora réu explique aos brasileiros a farsa protagonizada por seus advogados em Nova York, onde, com direito registro de imagens e outros quetais, distribuiu na Organização das Nações Unidas (ONU) dossiê contra o juiz e a força-tarefa da Operação Lava-Jato.

Cristiano Zanin Martins, o advogado que ganhou seus minutos de fama ao defender o indefensável Lula, é o comandante do périplo nova-iorquino que serviu apenas para mostrar que o Brasil é um Estado Democrático de Direito e que no País ninguém está acima da lei, não importando quem seja.

Lula, que está sem trabalhar há muitos anos, deve aos cidadãos de bem uma explicação no mínimo convincente sobre a origem dos recursos que custeiam essa milionária máquina advocatícia que tenta salvá-lo do mar de corrupção que escorre do Petrolão, o maior e mais ousado esquema de corrupção de todos os tempos.

O petista recebe mensalmente menos de R$ 30 mil (entre aposentadoria e salário como presidente de honra do PT), montante que nem de longe é suficiente para financiar sua defesa, integrada pelo renomado criminalista brasileiro Roberto Batochio e pelo australiano Geoffrey Robertson, especialista em direitos humanos que mantém elegante escritório em Londres.

Como Lula não é especialista em milagre da multiplicação e advogados badalados não trabalham sem receber, há nessa epopeia bandoleira muitos pontos mal explicados. No momento em que a Receita Federal acionar a lupa, certamente um novo castelo luliano há de ruir.

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