Como sempre acontece quando “companheiros” enfrentam situações de dificuldade no rastro de escândalos de corrupção, o PT já começa a dramatizar a prisão de Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda, na Operação Arquivo X, 34ª fase da Operação Lava-Jato.
A prisão de Mantega estava autorizada desde o final de agosto, mas foi efetivada na manhã desta quinta-feira (21) no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, onde a mulher do ex-ministro da Fazenda passa por cirurgia. É exatamente nesse ponto que eclodiu o enredo rocambolesco da “companheirada”.
Segundo as primeiras postagens nas redes sociais, feitas para condenar a operação da Polícia Federal e minimizar a prisão de Mantega, o ex-ministro teria sido arrancado pelos policiais do centro cirúrgico do hospital, o que não é verdade.
A PF tentou cumprir o mandado de prisão inicialmente na residência do ex-ministro, mas diante de sua ausência e da informação de que o mesmo encontrava-se no hospital acompanhando a esposa, os policiais contataram-no por telefone e acertaram detalhes da apresentação do petista, que acontecei de forma espontânea.
Para não causar o constrangimento que a tropa de choque petista vem covardemente alardeando nas redes sociais, Mantega saiu do Hospital Albert Einstein a bordo de uma viatura policial descaracterizada. O que mostra o cuidado dos policiais com a condução do então responsável pela política econômica do primeiro governo de Dilma Rousseff, agora encalacrada no escândalo do Petrolão.
Os petistas estão a afirmar que tratou-se de um ato de desumanidade prender Mantega no hospital, no momento em que sua mulher passa por tratamento médico, mas é importante considerar que corrupção desenfreada e institucionalizada, como aconteceu na era PT, é algo muito mais desumano do que a prisão de um integrante do esquema criminoso que saqueou os cofres da Petrobras.
Destarte, reza a Constituição Federal em seu artigo 5º que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, ou seja, ninguém está acima do conjunto legal vigente no País.
Se Guido Mantega, assim como qualquer partícipe do Petrolão, não quisesse passar por essa situação, que tivesse denunciado o próprio partido por causa da corrupção sistêmica e, ato contínuo, deixasse o partido. Ao contrário, Mantega não apenas silenciou diante de fatos graves, mas participou do esquema ao exigir que Eike Batista depositasse, em nome do PT, US$ 2,3 milhões nas contas bancárias que os marqueteiros do partido mantinham no exterior.
O direito de espernear é garantido a todos, sem exceção, mas ordem judicial cumpre-se, depois discute-se no foro apropriado. O que não se pode aceitar é desqualificação da decisão do juiz Sérgio Moro que culminou com a prisão do ex-ministro, que no pedido apresentado pelo Ministério Público Federal era preventiva, mas foi decretada em caráter temporário.