Enquanto Lula, o dramaturgo do Petrolão, insiste na bazófia de que os adversários querem tirá-lo da disputa presidencial de 2018, o castelo lamacento do PT desmorona com o avanço dos dias. Nesta quinta-feira (22), a Polícia Federal deflagrou a Operação Arquivo X, 34ª fase da Operação Lava-Jato e prendeu, em São Paulo, o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda), acusado pelo empresário Eike Batista de tê-lo coagido para que doasse dinheiro ao partido.
De acordo com o empresário, Mantega, que à época também presidia o Conselho de Administração da Petrobras, pediu para que fosse depositada, em nome do PT, a quantia de US$ 2,3 milhões em contas bancárias pertencentes ao casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura. “Para operacionalizar o repasse da quantia, o executivo da OSX foi procurado e firmou contrato ideologicamente falso com empresa ligada aos publicitários”, afirma o Ministério Público Federal.
“Após uma primeira tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em 19/04/2013 foi realizada transferência de US$ 2.350.000,00, no exterior, entre contas de Eike Batista e dos publicitários”, informou aos procuradores da Lava-Jato.
O nome do ex-ministro foi mencionado inicialmente, em depoimento, por Mônica Moura como sendo intermediário de caixa 2 para diversas campanhas eleitorais do PT. A primeira tentativa de delação de Moura, no começo deste ano, foi recusada pela força-tarefa da Lava-Jato, mas em segunda negociação ela decidiu soltar a voz após o marido, João Santana, ter concluído acordo de colaboração premiada.
Contudo, a empresária, dona da Polis Propaganda, revelou aos investigadores ter recebido dinheiro de caixa 2 em todas as campanhas que fez para o PT: Lula (2006), Dilma Rousseff (2010 e 2014), Lula (2006), Fernando Haddad (2012), Marta Suplicy (2008) e Gleisi Hoffmann (2008). Obviamente que os acusados negam esse procedimento.
Mantega foi preso temporariamente no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, onde visitava a esposa que passa por tratamento médico. A PF tinha planejado prender o ex-ministro da Fazenda em sua residência, no bairro de Pinheiros (Zona Oeste da capital paulista), que foi alvo de mandado de busca e apreensão. O advogado de Mantega, José Roberto Batochio, declarou: “Nós só esperamos que não atrapalhem a cirurgia”.
Os repasses suspeitos ao PT, segundo as investigações, chegam a aproximadamente R$ 26,6 milhões, sendo que os recursos foram recebidos através de empresas que funcionaram como fachada para a lavagem do dinheiro da corrupção. É o caso da construtora Credencial, que teria sido utilizada por José Dirceu para recebimento de propinas. O quadro tem chances de piorar muito, pois o irmão de Dirceu avalia a possibilidade de delação premiada.
Com a nova fase da Lava-Jato, as investigações no âmbito do Petrolão, o maior esquema de corrupção de todos os tempos, avança na direção dos anéis mais próximos da cúpula petista, o que significa que novas prisões poderão ocorrer em breve.
A situação do PT piora sobremaneira com a prisão de Mantega, que se tiver a prisão temporária convertida em preventiva certamente optará pela delação. Se isso acontecer, Lula ficará mais perto de Curitiba, ao passo que Dilma será novamente arrastada para o olho do furacão. Sempre lembrando que ambos (Lula e Dilma) agora são cidadãos comuns e correm o risco de prisão juiz Sérgio Moro.
A Operação Arquivo X cumpre 49 ordens judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão temporária e 8 mandados de condução coercitiva.