Após declarar, no último domingo (25), apoio a Hillary Clinton na corrida à casa Branca, o maior jornal dos Estados Unidos, “The New York Times” (NYT), publicou novo editorial listando os motivos pelos quais acredita que Donald Trump não deve ser o próximo presidente do país.
“Donald Trump é um homem que vive na intolerância, arrogância e falsas promessas”, destaca o NYT. “Ele ofereceu sua riqueza e status de celebridade televisiva como credenciais e então acrescentou maliciosamente um toque de alarmismo sobre mexicanos estupradores invadindo a fronteira no Sul”, continuou.
Para o NYT, as visões do polêmico empresário nada mais são que “impulsos perigosos e condescendência cínica”, ao invés de política. Segundo o jornal, ainda assim, Trump conseguiu atrair massas e massas de norte-americanos que lhe deram relevância maior que a merecida.
A publicação também analisou o discurso do republicano e a forma como ele se vendeu durante a campanha, destrinchando aspectos tortuosos dos seus negócios, examinando suas habilidades enquanto motor de mudança para os Estados Unidos e o mundo. Ainda criticou o seu silêncio em questões importantes para o país, como mudanças na área da educação e tensões raciais.
“Nossos presidentes são modelos para gerações de nossas crianças. É esse o exemplo que queremos para eles? ”, indaga o NYT.
É importante ressaltar que o editorial vem em um momento importante para as eleições americanas. Na segunda-feira aconteceu o primeiro embate direto entre a Hillary e Trump. Os candidatos encontraram-se em debate acompanhado por aproximadamente 90 milhões de pessoas. Ao final do encontro, Hillary saiu-se melhor que o adversário, mas não se pode afirmar que a atuação da candidata democrata foi um massacre. No máximo foi um vitória por pontos, não um nocaute.
Enquanto isso, as pesquisas de opinião seguem inconstantes e mostram que o eleitorado está dividido. No mais recente levantamento, divulgado no último domingo pela rede de televisão CNN, Trump e Hillary estavam praticamente empatados: o republicano contava com a preferência de 44% dos eleitores, e a democrata estava com 46%. A margem de erro era de 4,5%.
O clima entre os candidatos continua sob muita tensão. No domingo, Trump disse que levaria uma ex-amante do ex-presidente Bill Clinton para a primeira fileira do evento. Já Hillary vem apostando na exposição de declarações do empresário para conquistar os eleitores indecisos e reuniu frases machistas e misóginas ditas por ele em um vídeo que termina com a pergunta: “É esse presidente que queremos para as nossas filhas?”.
