Banco Central projeta inflação de 7,3% em 2016, mas recuo do IPCA para 4,4% no próximo ano

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Segundo Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta terça-feira (27), em Brasília, o Banco Central (BC) aumentou a projeção para a inflação de 2016. Na estimativa, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ficar em 7,3%, ante 6,9% da previsão de junho. A projeção estoura o teto da meta de inflação de 6,5% e fica longe do centro da meta (4,5%), que deve ser perseguida pelo BC.

Para o próximo, a inflação deve recuar e encerrar o período em 4,4%, ante 4,7% previstos anteriormente. O limite superior da meta em 2017 é de 6%, com centro em 4,5%. Para 2018, a projeção é 3,8%.

Essas projeções são do cenário de referência, em que o BC considerou informações disponíveis até o último dia 22 para fazer as estimativas. Nesse cenário, foram considerados o dólar a R$ 3,30 e a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 14,25% ao ano.

O Banco Central ainda divulga os dados do cenário de mercado que faz estimativas para a taxa de câmbio e a Selic. No cenário de mercado, a previsão para a inflação neste ano também deve ficar em 7,3%, ante a estimativa de 7% divulgada em junho. Em 2017, a projeção é 4,9%, ante 5,5% previstos anteriormente. Em 2018, a estimativa ficou em 4,6%.


O BC também apresentou dois cenários adicionais neste relatório. Em um deles, para fazer as projeções para a inflação supõe-se que a taxa de câmbio permanecerá constante em R$ 3,30 durante todo o horizonte e que a taxa Selic evoluirá conforme trajetória apurada pela pesquisa Focus, feita pelo BC junto a instituições financeiras. Nesse cenário, a inflação ficará em 7,3% neste ano, 4,8%, em 2017, e 4,5%, em 2018.

O segundo cenário supõe que a taxa Selic será mantida inalterada em 14,25% e que a taxa de câmbio evoluirá conforme projeções apuradas pela pesquisa Focus. Neste caso, a inflação também deve ficar em 7,3% em 2016, caindo para 4,5% no próximo ano e para 4%, em 2018.

A função do BC é fazer com que a inflação fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic.

Sempre que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.

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