Nesta quinta-feira (29), o Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou que o Brasil registra “sinais provisórios” de que “a recessão está chegando a seu fim”. Contudo, o FMI pede que o País faça “uma maior e concentrada” consolidação fiscal se quiser manter a sustentabilidade das contas públicas.
O FMI manteve, em seu relatório de revisão anual da economia brasileira, conhecida como “artigo IV”, suas previsões de crescimento negativo de 3,3% para este ano e uma volta ao terreno positivo de 0,5% para o próximo ano.
“Esta projeção está baseada na presunção de que seja aprovado no Congresso o teto em gasto fiscal e a reforma da previdência social em um período razoável”, destacou o documento.
O Fundo comemorou o “compromisso” do novo governo do presidente Michel Temer com uma “muito necessitada agenda de reformas estruturais e fiscais”, porém, ressaltou que, se estas “são diluídas ou detidas no Congresso, o impulso à confiança será de curta duração, e a recessão pode continuar, acrescentando assim tensões sobre as receitas e as contas na economia”.
Segundo a instituição financeira internacional, são especialmente positivas as reformas “em apoio dos programas de privatizações, assim como o fortalecimento do marco do governo das empresas públicas”.
Entretanto, salientou que uma consolidação fiscal baseada só no controle do gasto público não é suficiente “já que levaria anos para estabilizar a dívida pública”.
Por isso, insistiu na necessidade de “um maior e concentrado ajuste” com um possível objetivo de alcançar um déficit primário de 3,5% do PIB nos próximos cinco anos.
O FMI realizará na próxima semana sua assembleia anual, que reunirá em Washington os principais líderes econômicos globais e apresentará sua atualização das previsões.