Como antecipou o UCHO.INFO na edição de quinta-feira (29), a prisão provisória de Antonio Palocci Filho, no rastro da Operação Omertà (35ª fase da Operação Lava-Jato), corre o risco de ser convertida em preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. Pelo menos esse é o pedido formulado ao juiz Sérgio Moro pela força-tarefa (Polícia Federal e Ministério Público Federal) da operação que desmontou o maior esquema de corrupção da história da humanidade, o Petrolão.
No pedido – que se estende a Branislav Kontic, o Brani, considerado o braço direito de Palocci – a força-tarefa expõe os motivos sobre a necessidade de manter a dupla presa. “Há indicativos de que os investigados tenham atuado para ocultar elementos probatórios úteis à investigação”, destacam os procuradores. Para o MPF, a prisão preventiva de Palocci e Branislav é necessária para assegurar a ordem pública, a instrução criminal e a aplicação da lei penal.
De acordo com a PF, durante as ações da Omertà verificou-se que na Projeto Consultoria Empresarial, de propriedade de Palocci, foram adotadas medidas para ocultar possíveis provas, como, por exemplo, o sumiço dos gabinetes dos computadores da empresa.
“(…) Foram constatadas que diversas estações de trabalhos na empresa estavam plenamente equipadas, à exceção dos gabinetes dos computadores, o que pode indicar que tenham sido até mesmo destruídos ou colocados fora do alcance da Polícia Federal”, afirmou o delegado federal Filipe Hille Pace.
Segundo os procuradores, três computadores estavam nesta condição (sem os gabinetes) e Branislav afirmou que os mesmos foram retirados porque estavam obsoletos. O que mostra que Palocci e seu bando tiham muito a esconder
A exemplo do que noticiou este portal, a estratégia da defesa de Antonio Palocci foi equivocada, pois as negativas do ex-ministro durante depoimento à PF contrastaram com as provas irrefutáveis colhidas pela força-tarefa durante as investigações, que começaram a partir de planilha apreendida na Operação Acarajé (23ª fase da Lava-Jato), quando foram presos os marqueteiros João Santana e Mônica Moura, até então os prediletos das estrelas petistas.
Milagre da multiplicação
Palocci é suspeito de receber propina da Odebrecht para atuar em favor da empreiteira baiana, entre 2006 e 2013, inclusive interferindo em decisões do governo federal.
Por determinação do juiz Moro, o ex-ministro teve R$ 814 mil bloqueados em três contas bancárias, além de R$ 30 milhões confiscados na conta da empresa de consultoria. O magistrado determinou ao Banco Central o bloqueio de até R$ 128 milhões, valor que os investigadores suspeitam que Palocci tenha recebido em propinas, dinheiro que foi parcialmente repassado ao PT.
O valor bloqueado nas contas de Palocci de da sua empresa não apenas assustaram os integrantes da cúpula petista, mas geraram desconfiança. Para quem agia em nome do partido, o saldo bancário (entende-se como dinheiro com procedência) era muito acima do esperado. O que significa que o script da roubalheira não foi seguido à risca durante o assalto aos cofres da Petrobras e outras estatais.
Se Antonio Palocci tinha essa dinheirama nas contas bancárias, é difícil imaginar que o ex-ministro Guido Mantega tivesse apenas R$ 4 mil no banco. Para quem estava prestes a viajar a Paris na companhia da mulher, o montante é irrisório.
Contudo, o saldo mantido por Palocci nos bancos sugere que todos os que participaram do esquema criminoso tenham abocanhado valores semelhantes ou maiores, principalmente Lula, que é considerado como o “comandante máximo da propinocracia”.