As “dez pragas do Egito” parecem estar desabando sobre a cabeça da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), que assim como os “companheiros” colheu uma indigesta derrota nas eleições municipais no Paraná. Fruto da bandalheira petista ao longo de treze anos e alguns meses no comando do País, período em que os camaradas arruinaram a economia nacional e saquearam os cofres oficiais. Ademais, a senadora viu o discurso enfadonho do “golpe” fracassar nas urnas do último domingo (2).
Não obstante, Gleisi, que foi acusada de corrupção por sete delatores da Operação Lava-Jato e é alvo de processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por ter embolsado R$ 1 milhão em propina no escopo do Petrolão, viu o marido ser preso sob a acusação de ter chefiado um esquema criminoso que surrupiou pouco mais de R$ 100 milhões dos aposentados e funcionários públicos.
Enquanto aguarda a decisão do Supremo, que pode decidir pela sua condenação e prisão, a petista paranaense assiste à corrosão contínua do prestígio e dos cargos que acumulou nos tempos em que atuava como “pit Bull” da ex-presidente Dilma Rousseff e do PT no Senado Federal.
A última tragédia política a ameaçar Gleisi é a perda de um posto-chave no Senado, ao qual ascendeu sem ter capacidade para tanto. Senadores da base do governo do peemedebista Michel Temer articulam para derrubar Gleisi Hoffman da presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O movimento surgiu no rastro do inquérito aberto no STF para investigar o milhão de reais que Gleisi embolsou em 2010.
O cargo de presidente da CAE parece mal-assombrado, pelo menos para os petistas. Gleisi substituiu o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT), tão logo este foi preso na Lava-Jato por tentar negociar o silêncio de Nestor Cerveró. A diferença entre a ainda presidente da CAE e o ex é que Delcídio era, como ainda é, mais capacitado para o cargo
A senadora Gleisi já prepara sua defesa contra a investida dos adversários, com direito à antecipação do discurso que fará na Comissão. Dirá que colegas, como o presidente do PMDB, Romero Jucá (RR), e o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), também estão na mira da Operação Lava-Jato.
Em outras palavras, na impossibilidade de negar as evidências de culpa, Gleisi Hoffmann adotará a conhecida tática petista de dizer que todos são corruptos, não apenas os “companheiros” de legenda. Resta saber se os senadores estão dispostos a comprar essa defesa mambembe e referendar o argumento de que o Senado é um valhacouto.