Branislav Kontic, assessor de Palocci, tenta suicídio na prisão e é transferido a mando de Moro

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Na última segunda-feira (3), o juiz federal Sérgio Moro determinou a transferência do sociólogo Branislav Kontic, assessor do ex-ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda e Casa Civil), da Superintendência da Polícia Federal no Paraná para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, onde encontram-se presos os alarifes apanhados pela Operação Lava-Jato.

Brani, como é conhecido o assessor de Palocci, foi preso no final de setembro na Operação Omertà (35ª fase da Lava-Jato). Ele tentou suicídio na cela da PF, ingerindo 40 comprimidos no último sábado (1), e foi levado ao Hospital Santa Cruz, em Curitiba, “para acompanhamento médico e a realização de exames”, de acordo com informações da corporação.

O delegado Igor Romário de Paula, ao pedir autorização para remover Branislav, afirmou que no Complexo Médico-Penal o assessor de Palocci ficará “sob acompanhamento especializado e a disposição deste juízo”.

A investigação da PF ressalta que o ex-ministro de Lula e Dilma, com “importante e constante auxílio” de Branislav Kontic, atuou em favor dos interesses do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal.


De acordo com o Ministério Público Federal, a atuação de Palocci se deu, inclusive, no período em que exerceu relevantes funções públicas, envolvendo constante interlocução e diversos encontros.

A força-tarefa da Operação Lava-Jato afirma que e-mails e anotações apreendidos durante as investigações apontam que os acertos de pagamentos das contrapartidas eram tratados entre Antônio Palocci em reuniões presenciais.

Os encontros, segundo a Procuradoria da República, foram realizados “por diversas vezes” nos endereços residencial e profissional do ex-ministro – agendadas por intermédio de contato telefônico ou por e-mail com seu assessor, Branislav Kontic, que durante alguns anos foi responsável pelas notas fiscais da consultoria Projeto, de propriedade de Palocci.

Além do auxílio de Brani, apurou-se que o recebimento dos recursos ilícitos contou também com a atuação de Juscelino Dourado, ex-chefe de gabinete de Palocci.

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