A passagem do furacão Matthew, possivelmente o mais forte e temido da temporada, deixou pelo menos 842 mortos no Haiti, de acordo com informações da agência Reuters, que ouviu autoridades locais. Milhares de casas destruídas e muitos bairros seguem inundados na península do sudoeste do país, que há muito vive um cenário de caos contínuo.
Foi no Haiti que o Matthew, com vento de 230 km/h, causou mais estragos, derrubando árvores, barrancos e pontes, além de mandar aos rés do chão milhares de residências. Militares brasileiros estão ajudando os haitianos desde a última terça-feira (4).
Na quinta-feira (6), a Cruz Vermelha lançou apelo de emergência para obter ajuda imediata para 50 mil haitianos após a passagem do mais forte furacão a atingir o Caribe desde 2007.
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) busca US$ 6,92 milhões para viabilizar ajuda médica, abrigos, água e saneamento durante o próximo ano para as vítimas do furacão no Haiti.
“Estamos extremamente preocupados com a segurança, saúde e bem-estar das mulheres, homens e crianças que foram impactados, principalmente em cidades remotas e vilarejos”, afirmou, em comunicado, a chefe da divisão da América Latina da IFRC, Ines Brill.
A Cruz Vermelha estimou que mais de um milhão de pessoas no Haiti foram afetadas e centenas de milhares precisam de assistência humanitária.
Estados Unidos
O Centro Nacional de Furacões dos EUA (National Hurricane Center, NHC) registrou a chegada do Matthew à costa leste da Florida nas primeiras horas desta sexta-feira (7), com previsão de o furacão subir em direção aos estados da Georgia e da Carolina do Sul.
Com rajadas de ventos entre 195 e 210 km/h, além de chuvas intensas e pesadas, o Matthew atingiu várias comunidades do estado norte-americano, devendo tocar a terra nas próximas horas. O que significa que o estrago pode ser ainda maior.
De acordo com o NHC, a devastadora tempestade foi rebaixada para a categoria 3, em uma escala que vai até 5. O olho do furacão está se movendo próximo à costa leste da Flórida.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que os centros urbanos do sul da Flórida haviam escapado do pior do furacão Matthew, embora a tormenta continue sendo “perigosa” e as tempestades representem uma ameaça.
“Creio que a maior preocupação neste momento não é apenas a força dos ventos do furacão, mas um aumento das tempestades”, disse Obama no Salão Oval da Casa Branca, destacando a ameaça para a área que vai de Jacksonville, no norte da Flórida, até a Geórgia. “Enfatizo que este ainda é um furacão muito perigoso”, completou.
Na Florida, cerca de 2,5 milhões de pessoas receberam ordem de retirada, enquanto que na Carolina do Sul pouco mais de um milhão foram informadas sobre a necessidade de deixarem suas casas. Na Geórgia, onde o furioso Matthew deve chegar no sábado, moradores de seis cidades foram alertados para abandonarem suas residências.