Garante a sabedoria que o fruto nunca cai longe da árvore, que quem sai aos seus não degenera. Esses ditados caem como luva fina para a deputada federal Clarissa Garotinho (PR-RJ), filha do ex-governador Anthony Garotinho, do Rio de Janeiro, adepto confesso da polêmica.
Na terça-feira (11), o Partido da República (PR) decidiu abrir processe de expulsão contra Clarissa, que votou contra a Proposta de Emenda Constitucional 241/2016, conhecida como PEC do Teto de Gastos. A proposta foi aprovada, em primeiro turno, na noite de segunda-feira no plenário da Câmara dos Deputados, por 366 votos a favor, 111 contra e duas abstenções.
De acordo com a direção do PR, Clarissa Garotinho contrariou decisão da legenda, que fechara questão para que todos os 42 deputados e 4 senadores votassem favoravelmente à PEC 241.
O partido alega que a desobediência da deputada foi “agravada” pelo fato de Clarissa ter publicado na internet um vídeo contra a PEC. Em discurso na tribuna da Câmara, a deputada do PR criticou duramente a proposta do governo de Michel Temer e não deixou dúvidas de que votaria contra a matéria.
O PR informou que também deve abrir processo disciplinar contra os deputados Zenaide Maia (PR-RN), que votou contra a PEC, e Silas Freire (PI), que se absteve. Os dois deputados do PR que não participaram da votação podem escapar de sanções.
Resolução aprovada pelo PR na última quarta-feira (5) definiu que seria considerada “infidelidade partidária” a desobediência à decisão da legenda, “acarretando ao parlamentar a instauração de procedimento ético-disciplinar perante o Conselho de Ética”.
Além do PR, outras legendas adotaram posicionamentos parecidos, tendo como base a traição na votação da PEC 241: PMDB, PSDB e PSD.