Justiça mexicana aprova extradição de “El Chapo” Guzmán para os Estados Unidos

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A Procuradoria-Geral da República do México anunciou nesta quinta-feira (20) que um tribunal mexicano autorizou a extradição do narcotraficante Joaquín “El Chapo” Guzmán para os Estados Unidos, após o juiz responsável pelo caso negar dois recursos apresentados pela defesa do criminoso e suspender outros três.

Em comunicado, a instituição disse ter sido notificada de cinco resoluções emitidas pelo tribunal sobre o julgamento dos recursos apresentados pelo criminoso contra a decisão da Secretária de Relações Exteriores de conceder a extradição.

“Em dois deles, o órgão jurisdicional resolveu negar a proteção e amparo da justiça federal, enquanto os três restantes foram suspensos”, diz a nota da procuradoria. Os advogados do traficante ainda podem recorrer da decisão.

O governo mexicano decidiu extraditar Guzmán para os Estados Unidos em maio a pedido de um tribunal do Texas, na sequência da fuga espetacular, em 11 de julho de 2015, de uma prisão de segurança máxima no México. O líder do cartel de Sinaloa (também conhecido como “Alianza de Sangre”) foi recapturado no início de janeiro no estado de mesmo nome.


Guzmán era considerado um dos principais líderes de cartéis de tráfico de droga do mundo, traficando bilhões de dólares em substâncias ilícitas para os Estados Unidos. Ele fugiu duas vezes de prisões mexicanas de segurança máxima, em 2001 e 2015.

Na última segunda-feira (17), o juiz federal Vicente Bermudez Zacarias, um dos mais comprometidos na luta contra o narcotráfico no México e responsável pela análise de casos dos maiores traficantes do país, foi assassinado com um tiro na nuca em plena luz do dia, em Metepec, cidade localizada a cerca de 60 quilômetros da Cidade do México.

Segundo informações do jornal mexicano Excelsior, esse é o primeiro caso de execução de juiz registrado no país em dez anos. Zacarias era o responsável pela análise de ao menos 553 casos envolvendo recursos de nomes como Joaquín “El Chapo” Guzmán, do poderoso cartel de Sinaloa, e Miguel Ángel Treviño, ex-líder do Los Zetas. Ele também julgou o caso de um dos suspeitos do desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa. (Com agências internacionais)

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