(*) Ipojuca Pontes
Como sabem todos, o Rio de Janeiro (cidade e Estado mais do que problemáticos) não tem governo decente, que se preze, desde a gestão de Carlos Lacerda, exercida entre os anos 1960/1965. De lá pra cá, cito de memória, figuras descartáveis como Negrão de Lima e Chagas Freitas (duas vezes), ou lamentáveis como Marcelo “Velho Barreiro” Alencar, Brizola, Saturnino Braga (socialista que decretou a falência oficial da cidade), Moreira Franco, Garotinho (com a mulher a tiracolo), César Maia, Luiz Paulo Conde (tipo que se arrastava de bengala pelas ruas da cidade), Sérgio Cabral, Eduardo Paes e similares que conseguiram transformar o Rio numa imensa casa de tavolagem, amontoando, a um só tempo, muita miséria, fraudes, corrupção política, densa criminalidade, narcotráfico, prostituição, mistificação ideológica, malandragem acadêmica e, a cada pleito, as mais ousadas formas de estelionato eleitoral.
No rol do calote político-eleitoral, Leonel Brizola, o chamado Centauro dos Pampas (metade cavalo metade asno), pai do “socialismo moreno” foi, sem dúvida, o pior: pela via do baixo populismo, institucionalizou o engodo, a mentira e a marginalidade como instrumentos de gerência governamental e manutenção do corrompido poder político.
De fato, salvo Negrão de Lima e Chagas Freitas, os demais até hoje guardam o halo do esquerdismo vulgar, inclusive César Maia que, apesar de se dizer “democrático”, não passa de cria espúria de Brizola, com cursilho na chilena Cepal e tudo mais. Já Garotinho, o Falso (o verdadeiro chama-se José Carlos Araújo, exímio narrador esportivo), perpetuou as mandingas criminosas do brizolismo sem Brizola, passando, posteriormente, o bastonete da degradação político-administrativa do pedaço aos irrecuperáveis Sérgio Cabral (que se intitula leitor do “Estado e a Revolução”, do sanguinário Lenin) e Eduardo Paes, bajulador rasteiro de Lula e hoje, tal qual o bilionário parasita do ABC, sem a menor credibilidade.
Muito bem. Na atual temporada eleitoral, que se encerra neste domingo, a cidade do Rio de Janeiro, outrora maravilhosa, acolheu, ainda uma vez, à sombra das organizações Globo, outro cultor da mendacidade comunista, Marcelo Freixo, profissional da parolagem revolucionária, referência número um entre integrantes dos black blocs, bando encapuzado que leva o terror às ruas do Rio e responsável, entre outros delitos, pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes. Trata-se de figura com pedigree ativista, defensor fanático do aborto, dos gays, lésbicas, drogados e tudo aquilo que julga “avançado” ou “progressista”.
Sobre esse atrevido defensor da mistificação “politicamente correta”, a deputada Cidinha Campos – que da Alerj do Rio conhece tudo – tem muito a dizer. Por exemplo: no Youtube, Cidinha garante que o deputado “Freixo não é flor que se cheire”. E para provar o que diz, narra, entre outras falcatruas, o caso da campanha “Todos Pelo Amarildo” – o ajudante de pedreiro guardião do paiol de armas do narcotráfico, dado como desaparecido após operação da Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha (UPP), outra empulhação criada pelo leninista-progressista Sérgio Cabral, o governador devoto da dança do lenço nas boates de Paris.
Com a campanha empreendida por uma Ong ligada ao candidato Freixo, arrecadou-se R$ 310 mil a ser doado à viúva do ajudante de pedreiro. “Só que, desse dinheiro, ela só viu R$ 60 mil” – afirma a deputada. “O resto, R$ 250 mil, 80% do dinheiro da doação, ficou com a Ong”. “E pior que isso” – acrescenta: “Os R$ 250 mil recolhidos pela Ong logo em seguida apareceram, de maneira estranha, como forma de doação, para o Freixo, para sua campanha anterior pela prefeitura do Rio”.
Escrevi certa vez que se o Rio de Janeiro pudesse ser considerado a vitrine do Brasil, as principais mercadorias hoje em exposição seriam o abandono de milhares de homens, mulheres, velhos e crianças em andrajos pelas ruas, o desemprego em massa, a violência imposta pelo narcotráfico, o terror da guerra civil deflagrado em cada esquina, o medo, a dor e a aflição estampados no rosto de cada um – conjunto de misérias não raro produzidas em larga escala pela demagogia de políticos cevados na mitologia comunista a vociferar slogans de “justiça social”, “inclusão” e “direitos humanos” enquanto, por baixo do pano, enriquecem “numa boa”.
(*) Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos.