Donald Trump indica senador linha-dura como procurador-geral dos EUA

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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, escolheu, na sexta-feira (18), o senador republicano Jeff Sessions, do estado do Alabama, para ser secretário de Justiça, cargo que inclui também a função de procurador-geral do país.

Com a escolha, Trump coloca seu gabinete mais uma vez na mira das críticas, já que está sendo formado quase que na totalidade por conservadores e radicais. Ex-procurador-geral do Alabama e procurador dos EUA, Sessions, de 69 anos, tem discurso linha-dura e muitas vezes inflamatório sobre imigração, em tom similar ao do magnata.

Em 1986, Sessions foi indicado para juiz federal pelo então presidente Ronald Reagan, mas teve sua nomeação bloqueada por um comitê do Senado, sob a acusação de racismo. Ele foi apenas o segundo jurista em cinco décadas a ter uma indicação do tipo rejeitada.

Na ocasião, ex-colegas testemunharam que Jeff Sessions referia-se a grupos como a Associação Nacional para o Avanço de Pessoas de Cor e a União Americana de Liberdades Civis como “não americanos” e “de inspiração comunista”.

Um procurador federal negro afirmou, por sua vez, que Sessions referiu-se a ele como “garoto” durante um processo e considerava o Ku Klux Klan como algo positivo, “até descobrir que eles fumavam erva”. O senador nunca negou as declarações e justificou tudo como uma brincadeira.

Sessions também foi acusado de referir-se de forma depreciativa às leis dos direitos ao voto de 1965, consideradas um marco na legislação norte-americana por ter acabado com práticas eleitorais discriminatórias.

Entre outras polemicas, o jurista se opõe a qualquer possibilidade de conceder cidadania a imigrantes ilegais e foi um dos principais apoiadores da promessa de Trump de construir um muro na fronteira com o México.


Eleito procurador-geral do Alabama em 1995, Sessions sempre tratou como um triunfo pessoal ter sido eleito para o Senado em 1997 e conseguido fazer parte do mesmo painel legislativo que o rejeitara, uma década antes, para ser juiz federal.

Na sexta-feira, Donald Trump definiu três nomes de alto escalão de sua equipe de segurança: além de Sessions, o deputado Mike Pompeo foi nomeado diretor da CIA (a agência de inteligência dos EUA) e o general reformado Mike Flynn como assessor de segurança nacional.

Os três foram aliados leais de Trump durante a campanha. “Ele serviu nosso país com honra e passou uma vida lutando pela segurança de nossos cidadãos”, disse o presidente eleito sobre Pompeo, congressista pelo Kansas e membro do movimento ultraconservador Tea Party.

Pompeo disse estar “honrado com a oportunidade de servir e trabalhar junto a Trump para manter os EUA seguros”. “Quero trabalhar com os guerreiros da inteligência dos EUA, que tanto fazem para proteger os americanos a cada dia”, destacou.

General reformado e ex-oficial de Inteligência, Michael Flynn foi o principal assessor de segurança nacional de Trump durante a campanha e ocupará o mesmo cargo na Casa Branca. Segundo o presidente eleito, Flynn é “um dos principais analistas do país em assuntos militares e de inteligência, sendo um ativo inestimável para o governo”.

O gabinete de Trump segue em formação. Outra escolha polêmica foi a de Stephen Bannon, ex-chefe do site conservador Breitbart News e criticado por seus comentários racistas e misóginos, como estrategista-chefe da Casa Branca. (Com agências internacionais)

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