Delação da Odebrecht já produz estragos e deixa Michel Temer e Geraldo Alckmin em alerta máximo

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Como sempre afirma o UCHO.INFO, política no Brasil não se faz sem muito dinheiro, na extensa maioria das vezes com origem na corrupção. O que explica a degradação moral em que se encontra o País, com políticos vigaristas desfiando a Justiça e mantendo-se no poder no vácuo de negociatas.

De todas as colaborações premiadas da Operação Lava-Jato, que implodiu o maior esquema de corrupção de todos os tempos, a do grupo empresarial Odebrecht, que conta com 77 delatores, é a mais esperada e temida. Afinal, seu potencial de destruição é enorme de deverá arrastar ao olho do escândalo pelo menos 200 parlamentares, uma dezena de ministros de Estado e uma dúzia de governadores.

O acordo da Odebrecht ainda está na fase de depoimentos e depende de homologação por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), mas os primeiros vazamentos mostram que o estrago da delação coletiva não será pequeno.

Ex-diretor da Odebrecht em São Paulo e responsável por negociar doações eleitorais com políticos, Carlos Armando Paschoal, conhecido como CAP, afirmou à força-tarefa da Lava-Jato que repassou R$ 2 milhões, por meio de caixa 2, ao governador Geraldo Alckmin. Em 2010, o dinheiro, segundo o delator, foi repassado em espécie ao empresário Adhemar Ribeiro, irmão da primeira-dama do Estado, Lu Alckmin.


De acordo com o depoimento de CAP, em 2014 a doação, também por meio de caixa 2, foi negociada com o atual secretário de Planejamento do governo paulista, Marcos Monteiro, político de confiança de Alckmin.

Contudo, o efeito explosivo da delação da Odebrecht não para por aí. Também em depoimento à força-tarefa da Lava-Jato, delatores da empreiteira baiana confirmaram às autoridades que o presidente Michel Temer (PMDB) pediu, em 2014, R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht, revista Veja. Tal informação faria parte da delação Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht.

Durante um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência da República, Temer, na companhia do atual ministro Eliseu Padilha, teria pedido dinheiro a Marcelo Odebrecht. Em um segundo encontro, desta vez em São Paulo, Michel Temer estaria acompanhado de Henrique Eduardo Alves, quando ambos teriam exigido propina a alguns executivos da empreiteira baiana em troca de determinada obra.

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