Sem clima para comemorações, Cármen Lucia cancela confraternização natalina com ministros do STF

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Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra Cármen Lucia Antunes Rocha cancelou o almoço de confraternização dos ministros da Corte, marcado para esta quarta-feira (14). O encontro, que acontece todos os anos, é tradição no Tribunal.

Cármen Lucia também desistiu de receber os colegas de toga em um jantar em sua residência, como havia sido cogitado há algum tempo. Além da pauta pesada de julgamentos, não há o menor clima para confraternizações no STF.

O episódio envolvendo o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), mantido na presidência do Senado por decisão polêmica da Corte, ainda não foi superado nos escaninhos do tribunal. O clima é de animosidade maior do que o normal e os ministros sabem o quanto a opinião pública ficou insatisfeita com o veredito.

Houve ministro afirmando que sequer foi avisado sobre o motivo do cancelamento, enquanto alguns magistrados chegaram a levar a Brasília convidados para o evento. Apesar do contratempo, a sessão de “tapinhas nas costas”, regada a doses de hipocrisia, ficou ara outra ocasião.


Quem acompanha o cotidiano da Praça dos Três Poderes sabe que normalmente impera nos bastidores uma silenciosa briga por espaço, a qual, no STF, é propulsada pela vaidade de cada um. O que explica os recentes embates acalorados no plenário do Supremo.

Ademais, um evento natalino a essa altura dos acontecimentos não cairia bem, principalmente por causa da grave crise econômica pela qual atravessa o País. Fora isso, a sociedade está arredia em relação às interpretações bisonhas da lei por parte de alguns ministros, que sempre encontram alguma maneira de beneficiar o réu, dependendo de quem seja.

Nove entre dez brasileiros contam as horas para a virada do ano, na esperança de dias melhores. Contudo, 2017 promete ser repleto de surpresas desagradáveis e solavancos inesperados. Em especial porque nos primeiros meses do ano o STF deverá homologar a delação coletiva da Odebrecht no âmbito da Operação Lava-Jato, o que dará margem a enxurradas de recursos e decisões judiciais absurdas.

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