A retirada de civis e rebeldes da área oriental de Aleppo começou nesta quinta-feira (15), após anúncio de um novo cessar-fogo, confirmaram organizações humanitárias e jornalistas que estão na outrora mais importante cidade da Síria.
De acordo com um repórter da agência de notícias Reuters, mais de 20 ônibus entraram na área dominada pelos rebeldes no início da manhã. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha confirmou que cerca de 200 feridos já estão sendo retirados.
Tanto representantes dos rebeldes quanto do governo confirmaram que inicialmente serão retirados feridos e doentes, depois cidadãos civis e por fim combatentes rebeldes. A Rússia afirmou que autoridades sírias garantiram a segurança de todos os combatentes que resolverem deixar Aleppo e que os mesmos serão levados para a província de Idlib, quase toda controlada por grupos rebeldes.
Após o fracasso do cessar-fogo temporário que deveria permitir a retirada do último enclave dominado pelos insurgentes no leste de Aleppo, uma nova trégua entre grupos de oposição e forças do regime sírio entrou em vigor nesta quinta-feira. Líderes rebeldes confirmaram o novo acordo.
Uma emissora estatal síria informou que ao menos 4 mil rebeldes e suas famílias serão retirados do leste de Aleppo, além de 9 mil civis. “Todos os procedimentos para a retirada estão prontos”, informou a emissora. Militares russos disseram que 5 mil rebeldes e seus familiares serão retirados e que foi aberto um corredor de 21 quilômetros.
O porta-voz da presidência da Turquia, um dos países que atuam na mediação entre o regime do ditador Bashar al-Assad e grupos rebeldes, afirmou que a retirada de civis e combatentes foi iniciada nesta manhã, apesar de relatos de tiroteios na região.
“A saída de Aleppo está começando. Tomamos todas as precauções em Idlib e na parte turca [da fronteira]. Esperamos por nossos irmãos e irmãs”, informou Ibrahim Kalin, através do Twitter.
A emissora pública turca TRT informou que os primeiros ônibus já deixaram Aleppo e a agência estatal de notícias Anadolu disse que três pessoas ficaram feridas após disparos feitos por milícias xiitas contra um comboio de civis.
Outros relatos afirmam que forças pró-Síria abriram fogo contra um comboio que deixava o leste de Aleppo, durante a primeira etapa da retirada. “O comboio foi alvejado pelas forças do regime, temos três feridos, um deles da Defesa Civil. Eles foram levados de volta para as áreas sitiadas”, afirmou o chefe do serviço de ambulâncias no local.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos disse que as ambulâncias ainda estavam no território rebelde quando foram alvejadas. Os feridos e as demais pessoas que estavam no comboio serão retirados do local com a ajuda da organização humanitária Crescente Vermelho, afirmou o Observatório. (Com agências internacionais)