Economistas preveem inflação abaixo do teto em 2016, mas cenário recessivo continuará no próximo ano

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Consultados pelo Banco Central, como acontece semanalmente, economistas das maiores instituições financeiras em atividade no País reduziram, pela primeira vez em um ano, a expectativa de inflação oficial. De acordo com os especialistas do mercado financeiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar o ano na marca de 6,49%, contra 6,525 da previsão anterior. Esse índice está abaixo do teto (6,5%) do plano de metas estabelecido pelo governo federal. O dado apresentado pelo Boletim Focus, do BC, está longe do centro da meta, que é de 4,5%.

Essa redução da expectativa de inflação não é fruto de ações oficiais combate à inflação, mas da continua queda no consumo, movimento que vem preocupando os empresários de todos os setores. Além de gerar desemprego e endividamento das famílias. Em suma, a queda na projeção de inflação é consequência da recessão.

Diferentemente do que projetam os analistas, a inflação real é muito maior do que a oficial, pois a população nem sempre consome todos os itens considerados para o cálculo o mais temido fantasma da economia. Em alguns casos, a inflação alcança índices impressionantes, com alta de preços de determinados produtos alcançando 60% em poucos meses. É o caso de produtos de higiene pessoal e medicamentos.

Como se não bastassem os estragos produzidos pela economia recessiva, muitos comerciantes abusam do período de festas natalinas para tentar recuperar o prejuízo acumulado ao longo do ano. Uma pesquisa do UCHO.INFO sobre o mais popular do Natal revelou essa sanha pelo lucro desmedido. Um panetone de um quilo de determinada marca é fornecido pelo fabricante aos supermercados e padarias por R$ 23 cada, mas é vendido ao consumidor por uma grande rede de supermercados por R$ 68. Ou seja, 200% acima do preço original. No caso de itens de higiene pessoal, um desodorante que até quatro meses atrás custava R$ 4,99, agora é vendido por 8,99.

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relação ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2016, o mercado financeiro manteve a projeção de retração de 3,48%, dado que confirma a espiral recessiva que domina a economia brasileira. Para 2017, os economistas reduziram a previsão de alta do PIB, que passou de 0,70% para 0,58%, destaca o Boletim Focus. Contudo, alguns analistas trabalham com a expectativa de crescimento nulo da economia nacional no próximo ano, enquanto que outros preveem mais um ano de recessão.

No tocante à taxa básica de juro, a Selic, os especialistas mantiveram a estimativa de 10,5% para o próximo ano. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano. Essa aposta do mercado depende de vários fatores, começando pela economia norte-americana, já que há dias o Federal Reserve elevou a taxa de juro.

O efeito Tio Sam não demorou muito a aparecer nas projeções dos economistas para a economia brasileira em 2017. O mercado financeiro reduziu a taxa de câmbio para 2016, de R$ 3,39 para R$ 3,38, mas para o próximo ano a cotação da moeda ianque saltou de R$ 3,45 para R$ 3,49.

Resumindo, os brasileiros que se preparem para mais um ano de aperto de cintos, pois o horizonte da economia apresenta um cenário carrancudo e sem previsão de luz no fim do túnel no curto prazo. Como vem afirmando o UCHO.INFO ao longo dos últimos onze meses, a população conseguirá dar o primeiro suspiro de alívio, mesmo que curto, somente em 2019. Até porque, a crise econômica está cada vez mais refém da crise política. E ambas não têm data para acabar.

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