Motorista do caminhão foi esfaqueado e morto a tiros por terrorista responsável por atentado em Berlim

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Lukasz Urban foi a primeira vítima do ataque terrorista ocorrido na noite de segunda-feira (19) em um mercado natalino de Berlim. O motorista polonês, de 37 anos de idade, foi aparentemente esfaqueado e morto a tiros dentro do próprio caminhão, segundo as autoridades alemãs.

Natural de Roznowo, pequena cidade no oeste da Polônia, próxima à fronteira com a Alemanha, Lukasz foi encontrado morto na cabine do veículo. O caminhão foi sequestrado e jogado contra a multidão que estava na feira de Natal na Breitscheidplatz (Praça Breitscheid), deixando 12 mortos e cerca de 50 feridos, sendo 18 em estado grave.

A pedido da polícia da Alemanha, o proprietário da empresa de caminhões e primo da vítima, Ariel Zurawski, enviou fotos do motorista para ajudar na identificação do corpo.

“Ficou claro que ele lutou pela própria vida. O rosto dele estava inchado e ensanguentado. A polícia me informou que ele sofreu ferimentos à bala. Apesar de ter sido esfaqueado, ele foi morto a tiros”, relatou Zurawski à imprensa polonesa.

A primeira-ministra da Polônia, Beata Szydlo, afirmou que o motorista polonês foi “a primeira vítima deste ato de violência hediondo”. A polícia berlinense confirmou que o homem encontrado morto dentro do caminhão não dirigia o veículo durante o atentado no mercado de Natal.

Zurawski contou que o primo chegou a Berlim na segunda-feira, por volta das 7 horas da manhã, com um carregamento de ferro para uma empresa da companhia Thyssenkrupp, mas recebeu instruções para esperar até as 8 horas do dia seguinte para descarregar.


“Movimentos incomuns” no GPS

Nesta terça-feira, Zurawski mostrou à imprensa uma foto no seu celular, possivelmente a última do primo ainda vivo, por volta das 14 horas, em uma lanchonete de Berlim. Ele disse que Lukasz Urban, que deixou a esposa e um filho adolescente, entrou em contato com a mulher às 15 horas (horário local), mas que ela não pôde falar porque estava no trabalho. Ela disse que ligaria às 16 horas, mas o motorista não atendeu mais o celular.

O chefe da polícia de Berlim, Klaus Kandt, afirmou que as autoridades têm os “movimentos exatos do caminhão” por GPS, mas por enquanto não podem dar detalhes, obtidos a partir de contato com o dono da transportadora. Zurawski descreveu movimentos incomuns no GPS do caminhão às 15h45, que indicariam que Lukasz Urban não estava no controle do veículo.

“O carro foi ligado, desligado, dirigido para frente, depois para trás, como se alguém dentro estivesse aprendendo a dirigir”, disse Zurawski a uma rede de televisão polonesa.

Não houve mais movimento até as 19h40, quando foi dada a partida no caminhão e foram percorridos cerca de dez quilômetros, às vezes em ruas estreitas, até chegar ao mercado de Natal, relatou o empresário.

Lukasz Wasik, gerente da transportadora polonesa cujo caminhão foi usado no ataque, descreveu Urban como “uma pessoa boa, tranquila e honesta”, dedicada a seu trabalho e ao veículo que dirigia. “Acredito que ele não desistiria do veículo e o defenderia até o fim se fosse atacado”, disse.

Tudo indica que o motorista foi assassinado pelo terrorista no momento da tomada do veículo, sendo que seu corpo permaneceu na cabine do caminhão para não chamar a atenção da polícia. (Com agências internacionais)

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