Temer diz que reforma trabalhista é “um belíssimo presente de Natal”, mas Papai Noel não sabe disso

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Michel Temer, o presidente da República, dedica à Língua Portuguesa todas as honras, mas sofre de um sério problema de comunicação, algo que poderia ser solucionado com a contratação de profissionais que sabem como notícias são recepcionadas pela opinião pública.

Timoneiro de um país que enfrenta a mais grave e profunda crise econômica de sua história, Temer tropeça feio na popularidade, mas mesmo assim não sabe aproveitar o momento de forma adequada. Disse o presidente nesta quinta-feira (22) que sua impopularidade é “desagradável”, mas que não chega a incomodar, porém é preciso modular a fala ao anunciar medidas do governo.

Michel Temer anunciou uma pequena reforma trabalhista, que moderniza a relação entre o capital e o trabalho, mas essas medidas estão longe de ser um “belíssimo presente da Natal”, como ele próprio sugeriu.

A proposta do governo, que será enviada ao Congresso em formato de projeto de lei e com a chancela da urgência, autoriza a jornada diária de trabalho de até 12 horas, como já acontece em muitas categorias profissionais. Os únicos limites de carga de trabalho que constam da anunciada reforma trabalhista (exceto hora extra) são 44 horas semanais e 220 horas mensais.

É fato que essa reforma espanta o ranço no universo trabalhista, permitindo a flexibilização das relações laborais e, por consequência, viabilizando a criação de novos empregos, mas há uma enorme diferença entre anúncio de medidas e a aprovação e adoção das mesmas.


“Devemos afastar aqueles maniqueístas que acham que a verdade está só de um lado. Afastar aqueles que são raivosos, que usam a irritação para contestar”, disse o presidente, que aproveitou o clima natalino para sugerir aos adversários para que deixem as diferenças de lado.

Político experiente, mas há muito afastado do Parlamento, Michel Temer por certo desconhece a peçonha da oposição raivosa, formada basicamente pela esquerda bandoleira, a mesma que ajudou o PT a arruinar a economia do País e a promover o período mais corrupto da história nacional.

Ainda insistindo nos ares do Natal, Temer emendou: “O símbolo dessa solenidade chama-se paz social. Por que não dizer que a partir deste Natal nós conseguiremos ouvir todos os brasileiros? Não tenho dúvida”.

O presidente da República, antes dessas declarações recheadas de otimismo e carentes de realismo, deveria combinar com os opositores e principalmente com os sindicatos, que vivem e sobrevivem da discórdia, além de existirem como massa de manobra da esquerda delinquente.

Isso significa que, dependendo do encaminhamento das medidas, os protestos contra o governo poderão ganhar força extra, o que empurrará para baixo a já anoréxica popularidade de Temer. E isso tem consequências imediatas no campo político.

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