O lendário Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, que ao longo do tempo passou por algumas repaginações, está completamente abandonado. Um dos templos do esporte planetário, o Maracanã foi reformado para a Copa do Mundo de 2014 e para a Olimpíada de 2016, mas atualmente está sem energia elétrica e com o gramado em péssimas condições.
Na terça-feira (10), a Federação de Futebol do Rio de Janeiro revelou que o estádio teria sido saqueado por criminosos que levaram diversos objetos, incluindo bustos de bronze históricos.
“A Federação de Futebol do Rio de Janeiro recebeu nesta manhã de terça-feira denúncias de furtos no Maracanã – extintores, mangueiras, televisores, bustos. A preocupação com o presente e o futuro do estádio só aumenta”, afirmou a Ferj em comunicado.
A federação ainda convidou os clubes cariocas para discutir o futuro do estádio e cobrou providências imediatas do governo do Estado. “Depois de convidar os clubes para debater a utilização do templo do futebol no próximo dia 17, às 15h, a Ferj alerta o poder público para prover segurança ao estádio para evitar um saqueamento e sucateamento do maior palco mundial do futebol”, informou o presidente Ruben Lopes.
Construído para a Copa do Mundo de 1950, o Maracanã recebeu investimento de R$ 1,3 bilhão do governo do Estado do Rio de Janeiro para ser modernizado para os megaeventos dos últimos anos. Contudo, após a Rio-2016 o estádio foi abandonado e sofre com problemas básicos de manutenção, enquanto aguarda a solução de uma disputa judicial.
O estádio é administrado pelo Consórcio Maracanã, liderado pela Construtora Odebrecht, uma das principais envolvidas na Operação Lava-Jato. A empreiteira pediu a rescisão do contrato que permite explorar o local. Porém, tanto a concessionária quanto o governo fluminense transferiram a responsabilidade pelo abandono do estádio ao Comitê Rio 2016, considerando que a entidade organizadora da Olimpíada assumiu o compromisso de entregar o estádio em boas condições, da mesma forma como recebeu, em março de 2016.
A concessionária exige que o comitê faça reparos em áreas prejudicadas durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Por sua vez, o comitê tem dívidas milionárias com seus credores e o Estado se nega a ajudar.
O impasse envolvendo a administração do Maracanã vem deixando o estádio sem jogos. A Ferj agora busca dialogar com os clubes e encontrar soluções para que o estádio volte a receber partidas dos clubes cariocas.
Apenas os dois jogos da decisão do Campeonato Carioca foram disputados no estádio no ano passado, já que o Maracanã passava por obras para utilização no Rio-2016.
Após a Olimpíada e a Paraolimpíada, o Maracanã recebeu sete partidas oficiais, todas na reta final da temporada 2016, sendo quatro do Flamengo, duas do Fluminense e uma do Vasco da Gama.