Mais uma informação da Aeronáutica coloca um balde de água fria nas teorias da conspiração que surgiram na sequência do acidente com o avião que transportava o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), o empresário Carlos Alberto Filgueiras, do Grupo Emiliano, o piloto Osmar Rodrigues, a massoterapeuta Maira Panas Helatczuk e Maria Hilda Panas, mãe da jovem.
De acordo com análise preliminar realizada por técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) que investigam o acidente, o piloto do King Air C90 GT foi acometido por uma desorientação espacial no momento em que tentava pousar no aeroporto de Paraty, no litoral sul fluminense. A desorientação acontece quando o piloto perde a noção da distância entre o avião e o solo, no caso a água do mar.
As investigações revelam que o King Air voava com um teto de 150 a 200 pés (45 a 60 metros de altitude) pouco antes da queda, o que confirma a proximidade da aeronave com o mar. Segundo um técnico do Cenipa, o piloto “ciscava” em busca de possibilidade que permitisse o pouso no aeroporto de Paraty, que não conta com torre de controle e qualquer equipamento para orientar as aeronaves.
Confirmando informação do UCHO.INFO, disponibilizada logo após o acidente, o piloto desistiu de pousar no aeroporto da cidade fluminense e, sem perceber a baixa altitude, fez uma curva brusca para retomar o procedimento de aproximação e acabou tocando a água do mar com a asa do King Air. Foi o suficiente para que o avião mergulhasse de bico, no momento em que os motores estavam com potência de retomada.
Esse procedimento ficou comprovado em um trecho das gravações, no qual o piloto, após tentativa frustrada de pouso, diz “setor Eco”, que significa curva para o leste. Em seguida, Osmar Rodrigues, que pilotava sozinho, diz “final”, quando possivelmente estaria então se preparando para novo pouso.
Na sequência, de acordo com o Cenipa, é possível ouvir um barulho forte, seguido da interrupção da gravação. Nos trinta minutos de gravação não houve por parte do piloto qualquer relato de problema mecânico. Apenas conversas com a torre de controle do Campo de Marte, em São Paulo, o Controle Aéreo de SP e pilotos que sobrevoavam a região de Paraty.
Em nenhum momento o piloto conversou com a torre de controle do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, como sugeriram alguns adeptos do sensacionalismo barato. Segundo esses irresponsáveis, Osmar Rodrigues teria recebido “sinal verde” para pouso de um sargento da Aeronáutica ligado ao PT, preso pela Polícia Federal após ter fugido do aeroporto carioca.