Morre em SP, aos 66 anos, a ex-primeira-dama Marisa Letícia por complicações de AVC hemorrágico

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Morreu em São Paulo nesta sexta-feira (3), aos 66 anos, a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, em decorrência de complicações de um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH). Dona Marisa, como era chamada a esposa do ex-presidente Lula, estava internada nos Hospital Sírio-Libanês, na região central da capital paulista, desde 24 de janeiro, quando foi acometida pelo sangramento de um aneurisma diagnosticado há dez anos, ocasião em que os médicos recomendaram apenas acompanhamento clínico.

Ao sofrer o AVCH, Marisa Letícia foi levada às pressas ao Hospital Assunção, em São Bernardo do Campo, onde mora a família Lula da Silva. Tão logo foi detectado o rompimento do aneurisma, a ex-primeira-dama foi transferida para o Sírio-Libanês, onde permaneceu sob os cuidados de equipe médica comandada pelo cardiologista Roberto Kalil Filho.

Inicialmente, os médicos afirmaram que as primeiras 72 horas seriam decisivas para Dona Marisa, mas vencido esse prazo nenhuma informação que apontasse melhora do quadro de saúde foi divulgada. Em meio a muitas especulações sobre a gravidade do caso, surgiram notícias que contrariavam os boletins médicos, como, por exemplo, a ocorrência de uma parada cardíaca revertida às pressas. A informação foi prontamente negada pela equipe do Sírio-Libanês, mas ao menos um médico do hospital confirmou o ocorrido.

Desde então, o quadro de saúde de Dona Marisa passou a ser uma incógnita, entremeada por boletins minimalistas em termos de informações, o que é compreensível por causa da privacidade do paciente. No meio da tarde de quarta-feira (1), após a divulgação de novo boletim, Kalil Filho conversou com os jornalistas e disse que a esposa do ex-presidente havia apresentado sinais de melhora, a ponto de ter sido suspenso o uso de sedativos.

Quase que simultaneamente às declarações do cardiologista que atende a família do petista, foram diagnosticados vários vasoespasmos, movimento de contração das artérias que compromete o fluxo sanguíneo no cérebro.

Em seguida, os médicos identificaram que Dona Marisa passou a apresentar quadro de anisocoria, quando as pupilas passam a apresentar tamanha desigual, uma espécie de dilatação descoordenada. Essa desigualdade no tamanho das pupilas geralmente é provocada por traumas cerebrais. Isso significa que nesse momento Dona Marisa entrou em morte cerebral.


Às 21 horas de quarta-feira, os médicos informaram que o quadro de saúde de Marisa Letícia havia piorado muito e era considerado gravíssimo, com destaque para um período de extrema dificuldade, o que exigiu a retomada do coma induzido.

Nos primeiros minutos desta quinta-feira, o cardiologista Roberto Kalil Filho afirmou que o quadro de Dona Marisa era irreversível. Segundo Kalil, a piora do estado de saúde da ex-primeira-dama foi provocada por inflamação e edema cerebral, causados pelo AVC, além do aumento da pressão intracraniana e dos vasoespasmos.

Nascida Marisa Letícia Rocco Casa, em 7 de abril de 1950, a ex-primeira-dama era natural de São Bernardo do Campo, onde conheceu Lula, com quem estava casada há 43 anos. Dona Marisa deixa quatro filhos e netos. Atendendo a pedido de Marisa Letícia, a família Lula da Silva decidiu pela cremação do corpo, cuja cerimônia acontecerá no cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo.

Apoio

No hospital, onde está desde a internação de Dona Marisa, o ex-presidente Lula contou com a companhia de políticos e ex-ministros, como Guido Mantega, Fernando Haddad, Miguel Jorge e Alexandre Padilha.

Durante a manhã de quinta-feira (2), chegaram ao Sírio-Libanês os senadores petistas Lindbergh Farias, Gleisi Helena Hofmann e Humberto Costa. A ex-presidente Dilma Roussef divulgou, mais cedo, nota de pesar.

Desde o primeiro momento da internação da ex-primeira-dama, Lula recebeu o apoio também de adversários políticos, como Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso, José Gregori, Rodrigo Maia, José Serra, Aécio Neves e José Sarney.

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