Retrato da trágica política econômica do PT, caos no ES expõe a necessidade de intervenção federal

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Quando, em dezembro de 2008, criticou duramente a decisão do então presidente Lula de reduzir o IPI como forma de combater os efeitos da crise internacional, que de forma galhofeira o petista chamou de “marolinha”, o UCHO.INFO o fez em tom de alerta, destacando à época que a medida era do tipo “cortesia com o chapéu alheio” e em algum momento arruinaria o País e as finanças dos estados. Na ocasião, os palacianos, sempre soberbos e ensandecidos, afirmaram que este portal cultuava a tese do “quanto pior, melhor”, que torcíamos contra o Brasil. O que não é verdade, sabem os leitores.

O tempo passou de forma célere o resultado da enlouquecida equação de Lula agora está a se esparramar por todo território nacional. O mais recente dividendo daquela irresponsável decisão materializou-se no Espírito Santo, que no rastro de greve branca dos policiais militares viu a insegurança tomar conta do estado, como se não existissem leis e muito menos autoridades.

Sem ter como atender ao pedido de reajuste salarial dos policiais militares, o governo capixaba enfrenta os reflexos de um movimento organizado pelos familiares dos integrantes da PM local, que bloqueiam o acesso aos batalhões da corporação, impedindo a saída de veículos destinados à patrulha e à segurança pública.

O caos que dominou o Espírito Santo é tamanho, que desde o último final de semana foram registrados 69 homicídios, 200 furtos de veículos, saques a lojas, tiroteios à luz do dia, assalto a pedestres, paralisação do transporte público e fechamento de escolas, postos de saúde e comércio. Em suma, uma tragédia inusitada, sendo que o Estado não consegue retomar o controle por si só.

A Justiça capixaba decretou a ilegalidade do movimento patrocinado pelos familiares dos policiais militares, mas não há quem cumpra o mandado judicial. Na tentativa de restaurar a ordem e garantir a segurança da população, o governador em exercício do Espírito Santo, César Colnago, requereu ao Palácio do Planalto o envio de tropas do Exército e da Força Nacional de Segurança, as quais desembarcaram no estado da região Sudeste na segunda-feira (6).


É importante frisar que, muito estranhamente, o Espírito Santo, que fez a “lição de casa” em termos de finanças públicas, não recebeu socorro financeiro do governo federal, ao passo que o Rio de Janeiro, onde a roubalheira oficial correu solta, foi devidamente socorrido pelo Palácio do Planalto, como forma de evitar a implosão da máquina governamental fluminense.

Não se deve desconsiderar a possibilidade de o governo capixaba ter errado ao não solicitado socorro a Brasília, uma vez que os policiais do estado estão sem aumento salarial há pelo menos sete anos. O que mostra que a política econômica da era petista foi uma tragédia anunciada, ao mesmo tempo em que a política social foi um monumental fiasco. Afinal, se a economia não estivesse em ruínas e a política social tivesse produzido resultados positivos, o País não teria assistido a cenas deprimentes e assustadoras, típicas de um faroeste caboclo.

As forças federais não permanecerão por tempo indeterminado no Espírito Santo, que precisa se reinventar com base na realidade para garantir aos cidadãos a contrapartida dos impostos cobrados. O governo federal, por sua vez, deveria cumprir o que determina a Constituição Federal em seu artigo 34 (incisos III e VII, alínea “b”), promovendo intervenção de fato no Espírito Santo, pois a população capixaba não pode ficar à mercê da própria sorte. E não deve-se confundir intervenção federal com envio de tropas, que quando deixarem o estado abrirão caminho ao retorno do caos.

“Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

b) b) direitos da pessoa humana;”

No mencionado inciso VII, alínea “B”, entende-se por direitos da pessoa humana o direito constitucional à segurança, transporte público e o de ir e vir.

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