PT quer investigar Moraes por violação de direitos autorais, mas ignora o autoplágio de Mercadante

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Nada pode ser mais delinquente do que o comportamento revanchista de integrantes do PT, partido que não aceita o fato de ter sido apeado do poder central por causa do protagonismo no maior esquema de corrupção da história da Humanidade, o Petrolão, e dos crimes responsabilidade cometidos por Dilma Rousseff, a versão de camelô do Aladim de saias.

Sem saber a diferença entre oposição raivosa e oposição republicana, o PT insiste na primeira modalidade, pois é o que resta à legenda para tentar sobreviver na cena política, depois da roubalheira sistêmica e a crise econômica que devastaram o Brasil.

Mesmo assim, com um currículo de fazer inveja a organizações criminosas – a comparação é do senador Aécio Neves – o PT decidiu dificultar a vida de Alexandre de Moraes, indicado pelo presidente da República ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Deputado federal pelo PT fluminense e um dos coléricos defensores de Dilma, Wadih Damous protocolou, na última segunda-feira (13), representação contra Moraes no Conselho de Ética da Universidade de São Paulo (USP) e solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) a abertura de inquérito para investigar o indicado ao STF por crime de violação de direitos autorais.

Alexandre de Moraes é acusado de plágio porque uma das suas obras tem trechos copiados de um livro espanhol. O ministro da Justiça licenciado afirmou que “todas as citações do livro [de sua autoria] constam da bibliografia anexa à publicação”.

Acreditando ser o último reduto de moralidade do universo, mesmo com muitos de seus próceres envolvidos em escândalos de corrupção – alguns presos e outros investigados –, o PT parece não saber o significado de isonomia, que só funciona quando interessa à “companheirada”.


Se o propósito de Damous é dar uma lição de moral em quem envereda na seara do plágio, a primeira carraspana deveria ser dirigida a Aloizio Mercadante, o “irrevogável”, que em sua tese de doutorado, defendida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) conseguiu a proeza de plagiar a si próprio, algo inédito em todo o planeta.

A tese de Mercadante apresentada à banca examinadora da Unicamp foi considerada não original, pois continha elementos de um livro do próprio doutorando – “Brasil: a construção retomada”, obra que retrata como o maior feito de todos os tempos o conjunto de “pataquadas” de Lula, o petista-mor. Como sempre, com a ajuda da famosa “mão amiga”, Aloizio Mercadante teve sua tese de doutorado aprovada pela banca examinadora, mesmo diante do escandaloso autoplágio.

Ao defender-se da acusação de plágio, Mercadante destilou a sua porção de ser humano ridículo, não sem antes provar que como futurólogo ele estaria desempregado. “A originalidade da minha tese é o conceito do novo desenvolvimentismo”, afirmou. O petista alegou à época (2010) que o novo modelo desenvolvimentista incorporou o rigor fiscal e de câmbio, mas por outro lado preservou a ação do Estado para o desenvolvimento e distribuição de renda. E quem quiser conferir o acerto das previsões esdrúxulas de Mercadante basta fazer um rápido passeio pela crise econômica nacional.

Por outro lado, Mercadante não deveria ter sido aprovado na tese de doutorado, pois sua inscrição na Unicamp, feita em 2001, foi sumariamente cancelada por abandono, mas acabou readmitido na esteira de um pedido de seu então orientador. Ou seja, missa encomendada da pior qualidade.

Para finalizar, Wadih Damous, o petista fluminense que adora regurgitar interpretações jurídicas de conveniência – foi presidente da OAB-RJ – precisa tomar algumas pílulas de coerência e embarcar na tese de que “o pau que bate em Chico, bate em Francisco”. Se para bom entendedor meia palavra não basta, “o pau que bate em Alexandre, bate em Aloizio”. Ou será que Damous desconhece a Constituição Federal, que em seu artigo 5º (caput) estabelece: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.

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