Economia: entre as afirmações do governo e a realidade enfrentada pelos cidadãos há enorme distância

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A economia brasileira ainda está cambaleante, mas autoridades do governo conseguem enxergar melhoras, as quais a população ainda não vê. Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles disse que a “recessão já terminou”, porém o País ainda enfrenta os efeitos colaterais da crise econômica, que, segundo ele, é a “maior da história”.

“O Brasil hoje já está crescendo. Isso é muito importante porque todos nós passamos por um momento muito difícil quando o Brasil enfrentou a maior recessão de sua história. Mas a mensagem aqui importante é que essa recessão já terminou. Vivemos ainda as consequências dela em muitos aspectos. Ela foi longa, difícil, dura, gerou esse número de desempregados, mas o Brasil já começou a crescer”, disse Meirelles.

Entre as conclusões de gabinete e a dura realidade que marca o cotidiano dos cidadãos há uma abissal diferença. Isso porque o entusiasmo de Meirelles não reverbera na microeconomia, que continua sofrendo com as consequências de uma política econômica desastrada adotada durante os governos petistas. A essa altura dos acontecimentos não mais importa quem cometeu o equívoco, pois ao brasileiro interessa saber quando esse calvário chegará ao fim.

Na melhor das hipóteses, qualquer medida tomada pelo governo no âmbito da economia terá efeito em seis meses, período que pode ser fatal para muitos brasileiros, que há muito lutam contra uma realidade maquiada que serviu de guarida ao governo mais corrupto da história nacional.

No momento em que o cidadão sai às compras necessárias à sua subsistência e depara-se com uma banana custando R$ 1, algo de errado há na economia do País, que tem como remuneração básica do trabalhador o irrisório valor de R$ 937. A situação torna-se ainda mais crítica quando o salário mínimo é pouco para quem recebe e muito para quem paga.


De nada adianta os especialistas do mercado financeiro fazerem previsões que apontam na direção de um recuo da inflação oficial, se esse movimento não chega às prateleiras dos supermercados. Aliás, o movimento que é percebido no setor de alimentos é de alta.

Todos os setores da economia encontram-se em escancarada crise, sem que nenhuma medida tenha sido tomada para reverter o cenário no curto prazo. Alguém há de dizer que para consertar o estrago é preciso tempo e paciência, mas, então, não se pode enganar a população com declarações estapafúrdias.

Enquanto Henrique Meirelles garante que a recessão acabou, o presidente da República, Michel Temer, afirma que o governo não adotará “medidas populistas, mas populares”. De chofre é preciso lembrar que o brasileiro sequer pode ouvir falar em medida populista, marca registrada de um partido que apostou no banditismo político como receita de sobrevivência.

Por outro lado, se Temer afirma que o governo adotará apenas medidas populares significa que a crise atual não acabará tão cedo e facilmente como afirma Meirelles. Afinal, reverter o estrago patrocinado pelos petistas na economia verde-louro só será possível com a adoção de medidas impopulares.

Entre a dureza da verdade e a decepção da mentira, a primeira opção é o melhor dos caminhos, o qual o governo deveria seguir, revelando à população o cenário real da economia, algo que deveria ter sido feito na semana seguinte da posse de Temer na Presidência. Em outras palavras, o brasileiro está a fazer um voo cego, acreditando nas orientações dos passageiros de uma aeronave sem bússola.

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