Grampo: FBI pressiona governo dos EUA a desmentir Trump, que está perto de ser desmoralizado

Garantem os mais safos que a melhor defesa é o ataque, mas nem sempre essa estratégia é bem sucedida, até porque contra fatos inexistem argumentos. Histriônico incorrigível, fanfarrão profissional e ciente de que cumprir as promessas de campanha é algo possível apenas no pensamento do estrategista-chefe da Casa Branca, o ultradireitista Steve Bannon, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, volta a apelar ao absurdo para manter-se no noticiário.

Depois de muitas fanfarronices ao longo do primeiro mês de governo, Trump usou o Twitter para afirmar que o antecessor, Barack Obama, grampeou seus telefones durante a campanha presidencial de 2016. Desprovida de qualquer prova, a acusação é tão estúpida que o FBI solicitou ao Departamento de Justiça que rejeite a denúncia. Se isso acontecer, Trump será desmoralizado novamente, desta vez por um órgão do próprio governo.

Ao solicitar que o Departamento de Justiça rejeite a acusação de Trump, o diretor do FBI, James Comey, questionou a veracidade das declarações do presidente, que não apresentou provas sobre as supostas interceptações telefônicas.

A solicitação de Comey está sendo encarada pela imprensa americana como rara: ela coloca a maior autoridade de Justiça do governo na posição de questionar a honestidade de uma declaração do presidente.

Segundo o jornal “The New York Times”, citando autoridades do governo, Comey alegou que “não há provas para sustentar [a denúncia] e insinuar que o FBI desobedeceu a lei”. O FBI mantém silêncio sobre o assunto.


O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, citou apenas a existência de relatórios sobre “investigações de motivação política” ao comentar o pedido do presidente para que o Congresso abrisse uma investigação sobre o caso. Sarah Sanders, porta-voz de Trump, afirmou que, se confirmada a denúncia, este seria o “maior caso de abuso de poder já ocorrido por parte do Executivo”.

Em declaração no Twitter, Trump chegou a comparar o episódio com o escândalo de Watergate nos anos 1960, quando o ex-presidente Richard Nixon ordenou a interceptação de conversas telefônicas de adversários políticos.

O diretor de inteligência do governo Obama, James Clapper, também refutou a denúncia de Trump ao afirmar que “não houve atividade de interceptação telefônica contra o presidente enquanto candidato ou contra a sua campanha”.

Até o momento, o Departamento de Justiça não fez qualquer declaração sobre o tema, pois o assunto está sendo intensamente negociado com o bufão Donald Trump, que tenta evitar mais um vexame, desta vez com grande poder de desmoralização política.

As acusações geraram um novo imbróglio no agitado início do governo Trump, que vem usando o Twitter para disparar sandices contras os adversários políticos. Dias antes, o procurador-geral, Jeff Sessions, que chefia o Departamento de Justiça, afastou-se do caso sobre ingerência russa nas eleições depois que foi confirmado que ele tinha se reunido no ano passado com o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak. (Com agências internacionais)

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