Lava-Jato: nova lista de Janot é aguardada com preocupação e deixa PT, PMDB e PSDB em alerta

Os efeitos colaterais do depoimento do empresário Marcelo Bahia Odebrecht ao ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram uma amostra grátis do potencial de destruição da delação coletiva da Odebrecht, que reuniu 77 diretores e ex-executivos do grupo empresarial baiano.

A delação da Odebrecht no âmbito da Operação Lava-Jato já causa estragos e vem provocando insônia e histeria no meio político nacional. Isso porque o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, está prestes a finalizar o documento a ser enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de abertura de inquéritos. Trata-se da segunda lista de Janot com nomes de políticos, dois anos após a primeira ser divulgada.

A superdelação da Odebrecht alcançou a extensa maioria dos partidos políticos, comprometendo sobremaneira a campanha presidencial de 2018. Afinal, os principais pré-candidatos foram alcançados por denúncias feitas na esteira de mais de 950 depoimentos.


Nos casos em que o acusado não tem direito ao foro especial por prerrogativa de unção, o chamado foro privilegiado, o procurador-geral pedirá para que as investigações sejam remetidas à primeira instância, o que significa que eventuais processos acabarão nas mãos do juiz Sérgio Moro. Nesse grupo estão Lula, Dilma Rousseff, Guido Mantega, Antonio Palocci Filho, o marqueteiro João Santana, governadores, ex-governadores e ex-parlamentares.

Mas o rastro de destruição da delação também avança na direção do Palácio do Planalto e do primeiro escalão do governo de Michel Temer. Afinal, devem integrar a temida lista do procurador-geral os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). Ministro de Ciência e Tecnologia e Comunicações, a eventual inclusão de Gilberto Kassab no rol de investigados está sendo analisada pela PGR.

Na seara do PMDB, a PGR pretende investigar o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), o líder do partido na Casa, Renan Calheiros (AL), e os senadores Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR).

O tucanato também não escapou do bombardeio da Odebrecht. Entre os alvos estão os senadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). Presidente nacional do PSDB, Aécio foi acusado de ter recebido R$ 9 milhões através de caixa 2, dinheiro que foi repassado a alguns candidatos do partido.

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