Novo decreto anti-imigração do estabanado Trump começa a ser contestado na Justiça dos EUA

Na última segunda-feira (6), quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou o novo decreto anti-imigração, o UCHO.INFO afirmou que a matéria acabaria na Justiça, assim como ocorreu com a ordem anterior, derrubada em várias instâncias judiciais.

O novo decreto segue o mesmo caminho do anterior, pois ao menos quatro estados norte-americanos já anunciaram que recorrerão à Justiça diante da clara violação da Constituição norte-americana.

Na opinião dos procuradores dos EUA, a liminar que suspendeu o decreto anterior, em janeiro, deveria valer para o novo texto, que teve como fonte de inspiração o ultradireitista Steve Bannon, o aloprado que foi guindado por Trump ao cargo de estrategista-chefe da Casa Branca.

“A nova ordem executiva do presidente Trump é um veto a muçulmanos com outro nome, que impõe políticas e protocolos que novamente ferem a (…) Constituição dos Estados Unidos”, afirmou em comunicado o procurador-geral de Nova York, Eric Schneiderman.

Procurador do Estado de Washington, Bob Ferguson declarou: “Você [Trump] não pode usar o Twitter para escapar desta. Isso não funciona no tribunal”.


O primeiro decreto, de 27 de janeiro, foi suspenso por uma liminar e ainda estava sendo debatido numa corte federal de Seattle, no Estado de Washington. A liminar foi uma resposta a ação judicial dos procuradores-gerais dos Estados de Washington e Minnesota.

De acordo com o novo decreto anti-imigração, estão proibidos de entrar nos EUA por um período de noventa dias, a partir do dia 16, cidadãos oriundos de seis países majoritariamente muçulmanos: Síria, Líbia, Irã, Iêmen, Somália e Sudão. O Iraque, que integrava a lista no primeiro decreto, foi poupado por Donald Trump após recomendação do Pentágono e do Departamento de Estado. Uma decisão lógica, pois iraquianos e americanos são aliados na guerra contra os terroristas do Estado Islâmico.

Além disso, o novo decreto anti-imigração estabelece que os detentores de Green Card ou visto válido não serão afetados pela medida. Na ordem inicial, esse ponto foi um dos mais polêmicos a receber críticas de toda parte, já que 60 mil vistos foram cancelados com uma canetada de Trump, que continua creditando ser o dono do universo.

A fila dos estados que contestarão na Justiça o novo decreto presidencial foi puxada pelo Havaí, que na quarta-feira (8) rebelou-se contra o texto, mas na sequência foi acompanhado pelos estados de Washington, Nova York e Oregon. Não causará surpresa se ao grupo juntarem-se outros estados contra mais uma medida inconstitucional de Trump.

Donald Trump é um paranoico incorrigível que usa o charlatanismo recorrente para comandar a maior potência do planeta, acreditando que pode governar usando redes sociais, enquanto engana a opinião pública lendo um discurso politicamente correto e encomendado, exibido no teleprompter do Congresso dos EUA ao dirigir a palavra aos parlamentares.

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