Leucemia Aguda: Fantástico exibe como furo de reportagem matéria do UCHO.INFO publicada em janeiro

No domingo (26), o enfadonho Fantástico, da Rede Globo, levou ao ar matéria sobre irregularidades cometidas pelo Ministério da Saúde na compra do medicamento para o tratamento de Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA), doença que acomete crianças.

A emissora carioca, como de praxe, exibiu reportagem como se fosse uma enorme exclusividade, sem ao menos mencionar o UCHO.INFO, que publicou matéria sobre o tema no dia 17 de janeiro de 2017, provocando verdadeiro rebuliço no Ministério da Saúde.

Quando este portal tratou do assunto, a pasta estava prestes a concluir negociação com um laboratório uruguaio, que por sua vez importa o medicamento da China. A questão é que o tal laboratório sequer cumpriu os requisitos impostos pela legislação brasileira para que o produto pudesse ser comercializado no País.

Na ocasião, o UCHO.INFO alertou para o perigo de o Brasil viver uma reedição do escândalo envolvendo o laboratório Labogen, flagrado pelos investigadores da Operação Lava-Jato em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o doleiro Alberto Youssef.


Médicos especialistas em oncologia, que se dedicam principalmente ao tratamento dos portadores de LLA, questionam a eficácia do medicamento (o principio ativo é L-asparaginase) adquirido pelo governo brasileiro e os efeitos colaterais do mesmo que constam de uma bula grosseiramente copiada de laboratório concorrente. A autorização para que o medicamento chinês fosse vendido pelo laboratório uruguaio ao Ministério da Saúde é algo tão bizarro e irresponsável, que tudo ocorreu quase que à sombra do “ouviu dizer”.

O laboratório uruguaio não mais funciona nem Montevidéu, o que recobre a operação com dose extra da suspeita. Contudo, um escritório de representação funciona na Grande São Paulo, onde trabalha uma das sócias do bisonho laboratório uruguaio.

Fosse o Brasil um país minimamente sério e o presidente Michel Temer razoavelmente responsável e corajoso, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, já teria sido demitido de forma sumária. Como nessa barafunda tropical não vivemos a primeira situação e nem a segunda, Barros continuará no cargo com a reboque da desfaçatez que lhe é peculiar, pois Temer é um presidente “faz de conta” que carece de apoio parlamentar.

Michel Temer não pode alegar que desconhecia os fatos, pois a matéria do UCHO.INFO foi lida e copiada por assessores palacianos, que colocaram uma cópia da mesma sobre a escrivaninha presidencial. O Brasil transformou-se ao longo dos anos no paraíso da impunidade, já que nenhuma autoridade envolvida em escândalo é apeada do posto ou sequer incomodada.

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