Bufão profissional, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cada vez mais deixa evidente que a fanfarronice é o seu principal instrumento de governança. Eleito à Casa Branca na esteira de promessas absurdas e radicais, Trump está disposto a anular os principais atos do antecessor, Barack Obama, mas sua empreitada vem colecionando derrotas judiciais e no Parlamento.
A mais nova bizarrice do bilionário, que acredita ser o rei do universo, está materializada no decreto, assinado nesta terça-feira (28), que revoga regulações contra a mudança climática adotadas por Obama.
Donald justifica sua decisão com o argumento de que é preciso incrementar a geração de energia doméstica e criar empregos, mas ambientalistas afirmam que o decreto é perigoso e prometem recorrer à Justiça.
O principal alvo do decreto do é o Plano de Energia Limpa de Obama, que exige que os Estados eliminem as emissões de carbono das usinas de energia – ponto importante para ajudar os EUA a cumprirem os compromissos com um acordo climático global firmado por quase 200 países em Paris, em dezembro de 2015.
O decreto também restabeleceu a exploração de carvão em terras federais, anulou regras para a contenção de emissões de gás metano decorrentes da produção de gás e petróleo e minimizou o peso da mudança climática nas avaliações federais de novas regulações. Ou seja, Trump agiu contra o meio ambiente, apenas porque seus eleitores acreditaram no mantra delinquente “América grande de novo”.
“Iremos seguir em uma direção diferente”, declarou um integrante do alto escalão da Casa Branca aos repórteres, antes da assinatura do documento. “O governo anterior desvalorizou os trabalhadores com suas políticas. Podemos proteger o meio ambiente e também proporcionar trabalho às pessoas”, disse o estafeta de Donald Trump, como se tudo o que foi feito até agora nos EUA estivesse errado.
As medidas são tão absurdas, que provocaram o questionamento de analistas e executivos do setor de energia. Eles alegam não ter certeza de que as medidas terão grande efeito no setor industrial, como gazeteia o fanfarrão Trump. Já os ambientalistas classificaram as medidas como negligentes.
“Não sei dizer a vocês quantos empregos o decreto presidencial irá criar, mas posso dizer a vocês que ele proporciona confiança no compromisso deste governo com a indústria do carvão”, declarou à agência de notícias Reuters o presidente da Associação de Carvão do Kentucky, Tyler White.
Ambientalistas criticaram duramente o decreto presidencial, que pode acabar nos tribunais. “Estas ações são uma agressão aos valores americanos e ameaçam a saúde, a segurança e a prosperidade de cada americano”, disse o ativista ambientalista e bilionário Tom Steyer, diretor do grupo NextGen Climate.