Ex-presidente da Coreia do Sul é presa dias após sofrer impeachment por escândalo de corrupção

A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, que sofreu um impeachment devido a escândalo de corrupção, foi detida nesta quinta-feira (30), após um tribunal de Seul ordenar sua prisão preventiva imediata.

Depois de audiência que durou quase nove horas, em que Park prestou depoimento aos juízes, o Tribunal do Distrito Central de Seul emitiu mandado de prisão da ex-presidente que é acusada pelos crimes de suborno, abuso de autoridade, coerção e vazamento de documentos oficiais.

“É justificado e necessário a prisão [de Park] como as acusações demandam e por haver o risco de destruição de evidências”, destacou o tribunal em comunicado.

Park, de 65 anos, que aguardava a decisão no escritório da Procuradoria, foi presa imediatamente. A ordem de prisão preventiva foi pedida na última segunda-feira (27) pela Procuradoria, diante da gravidade dos crimes imputados à ex-presidente e da possibilidade de destruição de provas.

A Procuradoria acusa Park de se unir com Choi Soon-sil, apelidada como “Rasputina” por sua influência sobre ela, para criar uma rede que extorquia empresas em troca de favorecimentos por parte do governo. Choi, amiga íntima da ex-presidente, é acusada de cobrar propina de conglomerados sul-coreanos, como a Samsung.


Impeachment e prisões

Park nega todas as acusações. Envolvida no escândalo, a ex-mandatária perdeu sua imunidade presidencial no último dia 10 quando o Tribunal Constitucional ratificou seu impeachment, que tinha sido aprovado pelo Parlamento em dezembro.

O envolvimento do grupo Samsung no escândalo levou, em fevereiro, à prisão do presidente da companhia, Lee Jae-yong.

Choi e Lee, que já estão sendo processados, estão encarcerados na mesma penitenciária do sul de Seul para a qual Park foi levada. Os investigadores têm agora um prazo máximo de 20 dias para continuar com a apuração do caso antes de apresentar acusações formais contra a ex-presidente.

O impeachment de Park, primeira mulher a assumir a presidência do país asiático e que chegou ao poder em 2013, provocou a antecipação das eleições gerais, que serão realizadas em 9 de maio. A ex-mandatária é a primeira líder democraticamente eleita da Coreia do Sul a ser afastada do cargo desde que a democracia substituiu a ditadura no final dos anos 1980. (Com agências internacionais)

apoio_04