Em reação aos dois atentados terroristas ocorridos neste domingo (9) no norte do país, o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi (de óculos na foto), decretou três meses de estado de emergência, “depois de serem tomadas as devidas medidas legais e constitucionais”. Em discurso desafiador, ele adiantou que a guerra contra os jihadistas será “longa e dolorosa”.
As explosões em duas igrejas cristãs coptas deixaram um total de pelo menos 44 mortos e mais de 100 feridos. Primeiro, a detonação de uma bomba na cidade de Tanta, a 120 quilômetros da capital, Cairo, surpreendeu os fiéis no templo de Mar Guergues (São Jorge, em árabe), durante as comemorações do Domingo de Ramos, que marcam o início da Semana Santa.
Horas depois ocorreu uma explosão diante da catedral cristã copta de São Marcos, em Alexandria. Segundo o jornal estatal “Ah Ahram”, a explosão foi provocada por um suicida que tivera a entrada negada no templo. Ambas as cidades se situam no Delta do Nilo.
Às vésperas da visita papal
Em declarações à emissora privada On TV, o premiê egípcio, Sherif Ismael, condenou os crimes e reafirmou a determinação do governo em combater os terroristas no país: “Trata-se de um ato impiedoso, mas erradicaremos o terrorismo do Egito.”
Através de sua agência de informações Amaq, o terrorista “Estado Islâmico” (EI) reivindicou a autoria dos dois atentados, que teriam sido cometidos por um “grupo de segurança” pertencente à organização fundamentalista. O breve comunicado, cuja veracidade não pôde ser comprovada, foi difundido nas redes sociais.
Os atentados ocorrem às vésperas da visita do papa Francisco ao Egito, marcada para 28 e 29 de abril. Esta será a primeira viagem do pontífice ao Oriente Médio.
Os cristãos coptas representam 10% da população no Egito. Em 11 de dezembro, 29 fiéis da minoria morreram num atentado suicida, também reivindicado pelo EI, contra uma igreja próxima da catedral do Cairo, no bairro de Abbassiya. (Com agências internacionais)