Lava-Jato: depoimento de Marcelo Odebrecht encurta o caminho de Lula rumo à condenação por corrupção

Marcelo Bahia Odebrecht, ex-presidente do grupo Odebrecht e preso desde 19 de junho de 2015, fez acordo de colaboração premiada no âmbito da Operação Lava-Jato e sonha com o dia em que deixará a carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Ex-presidente da República e protagonista do período mais corrupto da história, Lula afunda cada vez mais na lama do escândalo conhecido como Petrolão.

Odebrecht precisa falar sempre a verdade para reconquistar a liberdade. Lula precisa mentir o tempo todo para sonhar que não perderá a liberdade. A Constituição Federal, de 1988, garante que ninguém é obrigado a produzir provas contra si, o que explica as mentiras de Lula. A Lei nº 12.850 (Lei da Organização Criminosa), de 2 de agosto de 2013, estabelece que o delator não pode mentir, o que explica as revelações verdadeiras de Odebrecht.

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, nesta segunda-feira (10), Marcelo Odebrecht revelou o quase enigma que repousava sobre alguns codinomes encontrados na lista de propinas pagas pelo grupo empresarial baiano. “Amigo” era Lula; “Italiano”, Antonio Palocci Filho; “Programa B”, Branislav Kontic, braço direito de Palocci; “Pós Itália”, Guido Mantega.

No depoimento que durou duas horas e quarenta minutos, Marcelo afirmou ter repassado R$ 4 ao Instituto Lula e falou sobre o montante de R$ 12,4 milhões investidos na compra de um terreno onde seria construída a sede da entidade que leva o nome do petista. Disposto a colaborar e a falar o que sabe sobre o maior esquema de corrupção de todos os tempos, Odebrecht também discorreu sobre os R$ 50 milhões em propinas pagas a Mantega, dinheiro que, segundo o empresário, foi usado na campanha de Dilma.

Disposto a não deixar pedra sobre pedra, Marcelo Odebrecht afirmou ao juiz da Lava-Jato que R$ 13 milhões foram sacados por Branislav Kontic, ou “Programa B”, entre 2012 e 2013, valor que teria sido entregue a Lula.


Como sempre faz toda vez que é alçado à mira de alguma acusação de corrupção, Lula negou, por meio dos advogados, que tenha recebido qualquer valor indevido. Resposta idêntica foi dada pela direção do Instituto Lula, que alegou que todas as doações à entidade foram legais e respaldadas por notas fiscais. O que não significa que dinheiro de caixa não tenha passado pelo cofre do instituto.

A exemplo do que mencionamos acima, Lula não é obrigado a produzir provas contra si mesmo, mas alguns fatos não deixam dúvidas a respeito das graves denúncias contra Lula e o Partido dos Trabalhadores, legenda que já foi comparada a uma organização criminosa.

Lula ainda não explicou como consegue custear uma equipe de advogados caríssimos e os repasses de recursos à empresa de um dos filhos, montante que possivelmente pode ter sido usado para pagar a aquisição do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (interior de São Paulo), e reformado pelas empreiteiras Odebrecht e OAS.

O ex-metalúrgico continuará mentindo até o próximo dia 3 de maio, quando, na capital paranaense, deporá ao juiz Sérgio Moro. Até lá, o petista insistirá na estratégia de “vender” à opinião pública a ideia de que é inocente e vítima de perseguição política e caçada judicial. O único problema nessa epopeia mitômana é que até então os badalados advogados não conseguiram provar sua alegada inocência.

Considerando que Marcelo Odebrecht precisa muito mais da verdade do que Lula da mentira, o melhor é acreditar no empresário baiano e torcer para que o tempo de fato seja o senhor da razão.

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