Candidata à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT), ré por corrupção na Operação Lava-Jato, denunciada por sete delatores de ter recebido dinheiro do esquema criminoso conhecido como Petrolão, a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann continua afundando na lama que escorre das investigações.
A ousada parlamentar petista recebeu, em 2014, R$ 5 milhões como contrapartida à abertura de crédito (R$ 50 milhões) relacionado à linha de financiamento à exportação de bens e serviços a Angola. A comissão de 10%, que teria sido negociada pelo marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), está acima dos padrões de propina do PT, o que sugere que o casal era muito ganancioso.
A proposta, bancada por Gleisi, beneficiaria o Grupo Odebrecht e, por isso, delatores como Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Marcelo Bahia Odebrecht e Valter Luis Arruda Lana contaram em detalhes como abasteceram os cofres da petista.
Nos acordos de delação premiada, os colaboradores também narraram a ocorrência de pagamentos, a pedido do então ministro Paulo Bernardo, em favor de campanhas de Gleisi em 2008, quando ela concorreu à prefeitura de Curitiba, em 2010, quando candidatou-se e venceu a disputa pelo Senado Federal, e em 2014, quando foi derrotada na ao governo do Paraná.
A situação do outrora “casal 20” há muito é complicada, mas a piora é dada como certa com o avanço por parte do Ministério Público Federal, que recebeu do ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, sinal verde para abrir inquéritos contra dezenas de políticos.
Como a delação coletiva da Odebrecht tem um potencial explosivo muito maior do que se imaginava, Gleisi terá dificuldades de levar o PT até as eleições de 2018, caso alcance o comando da legenda. O partido está em processo contínuo de desintegração, com diversos “companheiros” presos e outros tantos a caminho do cárcere, a começar pelo ex-presidente Lula, em breve terá de acertar as contas com a Justiça.