O ministro do Exterior chinês, Wang Yi, advertiu nesta sexta-feira (14) que quem provocar uma guerra na Península da Coreia “deverá assumir as responsabilidades históricas e pagar o preço.”
“Se houver uma guerra, o resultado será uma situação em que todos perdem e ninguém ganha”, assegurou Wang em coletiva de imprensa junto ao colega de pasta francês, Jean-Marc Ayrault.
Com o aumento da tensão na região e diante de possível teste nuclear da Coreia do Norte, no próximo domingo (16), por determinação do ditador Kim Jong-un, o ministro chinês pediu às partes envolvidas na queda de braços para retomar o diálogo e não deixar que a situação evolua a um ponto irreversível e incontrolável.
“Exigimos um fim das provocações e ameaças, antes que a situação não possa mais ser salva”, afirmou Wang após se reunir com Ayrault. “A China é da opinião de que o diálogo é a única solução”, acrescentou o ministro chinês.
“Coreia do Norte é um problema”
Pequim pediu contenção enquanto Pyongyang finaliza os detalhes para as comemorações do aniversário de nascimento do fundador do país, 16 de abril, quando teme-se que a Coreia do Norte possa realizar novo teste nuclear, enquanto uma esquadra naval americana navega por águas próximas.
“No dossiê nuclear norte-coreano, o vencedor não será aquele que tiver as propostas mais duras ou que mostrar mais os músculos. Se ocorrer uma guerra, o resultado será uma situação em que ninguém sairá vencedor”, alertou Wang, sem referir-se diretamente às ameaças do presidente norte-americano, Donald Trump.
Na quinta-feira (13), Trump abordou a situação da Coreia do Norte depois de os Estados Unidos terem lançado uma bomba não nuclear no leste do Afeganistão, dispositivo convencional mais potente do arsenal bélico americano. “A Coreia do Norte é um problema, o problema será tratado”, afirmou Trump, que esteve reunido na última semana com o presidente chinês, Xi Jinping.
Preocupações da Rússia
Preocupada com o ressurgimento de tensões na Coreia do Norte, a Rússia também exortou nesta sexta-feira todas as partes a evitar qualquer ação que possa ser interpretada como uma provocação, anunciou o Kremlin.
O apelo da Rússia veio após as novas ameaças dirigidas pelo presidente americano ao governo em Pyongyang. “Moscou está acompanhando com grande preocupação as tensões crescentes na Península Coreana. Apelamos a todos os países para mostrar moderação e evitar qualquer ação que possa ser interpretada como uma provocação”, disse o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov. (Com agências internacionais)