Muito preocupado com o conteúdo dos depoimentos das delações de executivos e ex-diretores da Odebrecht, no âmbito da Operação Lava-Jato, o ex-presidente Lula, responsável pelo período mais corrupto da história nacional, a partir de agora tem motivos de sobra para não dormir.
Sempre alegando inocência, algo que caiu por terra mais uma vez na esteira das delações, Lula aguarda com expectativa a confirmação da informação de que Antonio Palocci Filho deu os primeiros passos na direção de acordo de colaboração premiada.
Há algumas semanas, temendo pelo pior, o ex-metalúrgico fez chegar a Palocci, preso em Curitiba, seu descontentamento com a possibilidade de o “companheiro” soltar a voz. Com a delação coletiva da Odebrecht, veio à tona informações estarrecedoras sobre as propinas repassadas a “Italiano” – codinome de Palocci no departamento de propinas da Odebrecht – e o gerenciamento, pelo petista, da conta “Amigo”, referência a Lula.
Em depoimento de delação, Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo empresarial baiano, disse de forma clara e inequívoca que muitas despesas de Lula, pagas pela empreiteira, foram descontadas da conta de propina batizada de “Amigo”, cujo saldo inicial era de R$ 40 milhões.
Com as delações da Odebrecht, a situação de Palocci, preso desde 26 de setembro em Curitiba, tornou-se muito mais complicada. Com dificuldade para contraditar os depoimentos dos delatores e as provas carreadas às investigações.
O ex-ministro da Fazenda já participou da primeira reunião com autoridades da Lava-Jato e tudo indica que revelará não apenas informações sobre o escândalo conhecido como Petrolão, mas também de empresas financeiras ligadas a bancos.
No caso de se confirmar esse preâmbulo, Antonio Palocci Filho estará referendando matérias anteriores do UCHO.INFO, que em passado recente afirmou que o ex-ministro passou a prestar consultorias a bancos.
Essas consultorias exigiram a emissão de notas fiscais de prestação de serviços, às quais este porta teve acesso. Um profissional que trabalhou com Palocci e era responsável pela emissão dos documentos fiscais declarou ao editor do UCHO.INFO que o volume de notas emitidas era incompatível com o tempo disponível do petista. Ou seja, as notas podem ter sido utilizadas para “esquentar” dinheiro de propina.
Coincidência ou não, o responsável pela defesa de Palocci, o renomado criminalista José Roberto Batochio, é o mesmo que defende Lula. Batochio negou recentemente que tivesse levado algum recado do ex-presidente da República a Palocci, assim como nega que seu cliente esteja negociando acordo de delação.