França: Emmanuel Macron e Marine Le Pen passam ao segundo turno da corrida ao Palácio do Eliseu

Com surpreendente comparecimento às urnas, 70% dos eleitores franceses participaram neste domingo (23) do primeiro turno da corrida ao Palácio do Eliseu, sede da Presidência da França. Debaixo de fortíssimo esquema de segurança em todo o país europeu, principalmente na capital, Paris, os franceses voltarão às sessões eleitorais no próximo dia 7 de maio, quando terão de escolher entre Emmanuel Macron, do “Em Movimento”, e a ultradireitista Marine Le Pen, da Frente Nacional.

Muito antes da eleição deste domingo, quatro candidatos estavam embolados na disputa, mas foi possível conhecer o primeiro derrotado: o Partido Socialista, legenda do atual presidente François Hollande, que por conta do seu fraco desempenho sequer ousou concorrer à reeleição. Candidato do Partido Socialista, Benoit Hamon aparece nas pesquisas de boca de urna em quinto lugar, com 6,20% dos votos.

De acordo com as primeiras pesquisas de boca de urna, que na França costumam refletir o resultado final, Emmanuel Macron aparece na frente com 23,70% dos votos, enquanto sua adversária na próxima ronda, Marine Le Pen, aparece em segundo, com 21,90%.

O candidato François Fillon, do partido “Os Republicanos”, aparece em terceiro lugar, com 19,70% dos votos. Sua derrota é creditada ao escândalo de corrupção envolvendo familiares. Enquanto parlamentar, Fillon manteve a mulher e os filhos como funcionários-fantasmas do seu gabinete, com direito a salários e outras mordomias. François Fillon poderia ter renunciado à candidatura, mas sua teimosia falou. Não fosse esse imbróglio, Fillon estaria no segundo turno da eleição presidencial francesa.

O esquerdista radical Jean-Luc Mélenchon – eurocético e simpatizante do movimento bolivariano que levou a Venezuela chavista ao caos –, também ficou de fora do segundo turno. Com 19,20% dos votos, segundo as pesquisas, Mélenchon ficou em quarto lugar. Atual líder da Frente de Esquerda da França e co-presidente do Partido de Esquerda, Mélenchon concorreu pelo movimento “França Insubmissa”

O primeiro derrotado a falar oficialmente após a divulgação das pesquisas de boca de urna foi François Fillon, que agradeceu o apoio dos correligionários e dos eleitores que lhe deram um voto de confiança, mas assumiu a culpa pelo resultado. Fillon não esperou para posicionar-se em relação ao segundo turno e declarou que a França não pode se render ao radicalismo de Marine Le Pen.

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