Se por um lado alguns políticos criticavam as reformas para manter o status quo que atrasa o País, até porque sonham com a reeleição em 2018, por outro aliados do Palácio do Planalto infestaram os meios de comunicação com mentirosas propagandas partidárias, como se o brasileiro desconhece a dura realidade. O cidadão teve a oportunidade de ver e ouvir de tudo, sem que os parlapatões tivessem convencido uma pessoa sequer.
A política brasileira mergulhou na vala da degradação e do descrédito, de onde dificilmente sairá, pelo menos por enquanto. Políticos acusados de envolvimento no escândalo do Petrolão e outros puxadinhos criminosos surgiram em cena a reboque de frases feitas e afirmações eivadas pela mitomania clássica.
Político profissional e considerado por seus pares como “cobra criada”, o ministro Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia e Comunicações) disse no programa do PSD, partido que transformou em uma quase propriedade privada, que o Brasil está a crescer e que em breve a pasta levará internet aos mais distantes rincões dessa barafunda chamada Brasil.
Se Kassab não cora a face ao fazer promessas, no ninho tucano a vergonha passou a léguas de distância. Na última terça-feira (25), o PSDB não apenas abusou da propaganda partidária, mas assinou as peças publicitárias com a frase “fazendo o que tem de ser feito”.
Quem ainda se recorda da recente e demolidora “lista de Fachin” sabe que o PSDB, assim como os muitos partidos envolvidos no Petrolão, fez nos últimos anos o que não deveria ser feito. Embolsou dinheiro de propina e recebeu doações de campanha (sic) por meio de caixa 2.
Tucanos de fina plumagem, como Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin, Aloysio Nunes Ferreira, entre outros, são acusados de, pelo menos, recebimento de recursos não declarados. Tomando por base que a artilharia da Lava-Jato na direção do PSDB está apenas na fase de testes e que a munição é de festim, quando o jogo for sério – e as balas de verdade – não sobrará pena sobre pena no ninho tucano.
Delatores da Lava-Jato conseguiram a proeza de desvirginar a inocência tucana, algo que há muito vem estorvando a vida nacional. Isso porque alguns farsantes com mandato travestem-se com o fraque e a cartola da delinquência refinada e “cult”. No Brasil, política faz-se, invariavelmente, com muito dinheiro, na maioria das vezes de origem ilícita e duvidosa. E nesse tabuleiro da malandragem ninguém se salva.
O marketing político verde-louro já viveu dias melhores e de glória, mas é preciso reconhecer que não se faz mais marqueteiro como antigamente. Prova disso é a frase desastrosa escolhida para assinar a propaganda de um partido acusado de participar do Petrolão. Será mesmo que o PSDB está a fazer o que tem de ser feito?