Em 25 de setembro de 2015, o UCHO.INFO afirmou em mais uma matéria sobre o Petrolão, esquema de corrupção que derreteu os cofres da Petrobras, que a cobrança de propinas continuava na estatal, apesar de a Operação Lava-Jato ter sido deflagrada dezoito meses antes e mandado à prisão algumas dezenas de criminosos, parte já condenada.
Na ocasião, veículos midiáticos concorrentes preferiram ignorar a denúncia deste noticioso sob a alegação de que se tratava de invencionice, pois, segundo jornalistas, a Lava-Jato havia desmontado o esquema de corrupção na empresa.
Nesta quinta-feira (4), a Polícia Federal colocou em marcha a Operação Asfixia (40ª fase da Lava-Jato) e prendeu três ex-gerentes da Petrobras acusados de cobrar pelo menos R$ 100 milhões em propina de empresas que mantêm negócios com a petrolífera nacional.
Foram presos Márcio de Almeida Ferreira e Maurício de Oliveira Guedes, ex-gerentes da Petrobras, e Marivaldo do Rozário Escalfoni e Paulo Roberto Gomes Fernandes, representantes de empreiteiras. A “Asifixia” cumpriu mandados judiciais em quatro cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Os quatro mandados de prisão (duas preventivas e duas temporárias) foram cumpridos na cidade do Rio de Janeiro. Também cinco mandados de condução coercitiva e dezesseis de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Niterói, Duque de Caxias, Belo Horizonte e São Paulo.
De acordo com o Ministério Público Federal, o alvo principal da operação são três ex-gerentes do setor de Gás e Energia da Petrobras, acusados cobrar mais de R$ 100 milhões em propinas de empreiteiras, além de operadores financeiros que utilizaram empresas de fachada para intermediar a propina. Parte do dinheiro foi remetida ao exterior e trazidos de volta ao País recentemente por meio do programa do governo federal de repatriação de ativos não declarados.
Procurador regional da República e integrante da força-tarefa da Lava-Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima disse que os investigadores trabalham com a convicção de que ainda há corrupção e desvios de recursos na Petrobras.
“Fica claro que há muito trabalho ainda a ser feito na própria Petrobras”, disse Santos Lima. “Nada garante que nós tenhamos hoje, realmente, uma empresa limpa de toda a corrupção do seu passado”, completou.