Escândalo envolvendo Michel Temer deve piorar ainda mais a nada amena crise econômica nacional

Quando afirmou nos últimos meses que era preciso aguardar a aprovação dar reformas trabalhista e previdenciária antes de comemorar qualquer sinal positivo da economia, o UCHO.INFO o fez com base no conhecimento que o editor tem da política nacional, especialmente no que tange ao criminoso fisiologismo que grassa no Congresso Nacional, onde corruptos profissionais trocam a consciência por cargos e o direito de saquear os cofres públicos.

A grave crise econômica criada por Dilma Rousseff e que chacoalha o Brasil há anos não acabará tão cedo. Isso porque diante da avassaladora denúncia de que o presidente Michel Temer, gravado pelo empresário Joesley Batista (JBS), teria autorizado a “compra” do silêncio de Eduardo Cunha, preso na Operação Lava-Jato, fará com que deputados federais e senadores repensem o apoio prometido ao governo em ambas as votações.

Com isso, a situação econômica do País tende a piorar muito a partir de agora, pois sem a aprovação das mencionadas reformas será impossível recolocar a economia na rota do crescimento. Medidas tomadas recentemente elo Palácio do Planalto passam a perder força, piorando ainda mais um cenário de extrema gravidade.

Com esse novo e explosivo ingrediente na crise político-institucional que vem corroendo a nação há anos, nenhum investidor privado, nacional ou internacional, apostará no Brasil como destino dos próprios recursos. Isso significa a falta de investimentos em infraestrutura, setor primordial para qualquer processo de retomada econômica. Com a desconfiança dos investidores em relação ao criminoso modelo político brasileiro, o País continuará sofrendo por muitos anos as consequências do período mais corrupto da história nacional, marcado pelo rumoroso escândalo conhecido como Petrolão.


Outra questão que já preocupa a cúpula palaciana é a permanência dos principais integrantes da equipe econômica do governo. Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, e Maria Silvia Bastos Marques, presidente do BNDES, Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central, além do presidente da Petrobras, Pedro Parente, têm currículos a preservar. A questão não é apenas continuar participando de um governo movido pela corrupção, mas fracassar junto com a proposta de retomada do crescimento, que ganhou elevadas doses de vulnerabilidade em termos de aprovação no Congresso diante do mais novo escândalo.

Se existisse por parte do alto escalão do governo algum tipo de preocupação com o futuro do País e dos brasileiros, a renúncia coletiva seria o caminho mais adequado, mesmo que essa decisão, a olhos primeiros, pareça radical. Não se pode prorrogar a agonia de um povo que vem sendo corroído pela crise, mas o apego ao poder e o instinto de sobrevivência hão de prevalecer.

Resumindo, quem começava a acreditar que a economia verde-loura poderia virar o jogo e já ensaiava algum voo, mesmo que rasante, que comunique à torre de controle a necessidade de um pouso de emergência. Algo que na linguagem aeronáutica é conhecido como “may day”, anglicismo da expressão francesa “m’aider”, que em tradução literal significa “venha me ajudar”. Como prega a sabedoria, nesta hora prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

apoio_04