Ré por corrupção no STF e beneficiária de esquema que lesou servidores, Gleisi ousa denunciar ‘fraude’

Nada supera a falta de bom senso da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR). Na quinta-feira (25), a petista parece ter esquecido que é ré por corrupção em processo da Operação Lava-Jato que tramita no STF, teve os bens bloqueados pela Justiça e é suspeita de ser beneficiária de uma fraude (que seria comandada pelo marido) que lesou servidores federais e aposentados em R$ 100 milhões. Do alto de sua conhecida e devastadora ousadia, a parlamentar paranaense denunciou suposta fraude na tramitação da reforma trabalhista.

Gleisi, que nas planilhas de propina da Odebrecht sob o sugestivo codinome “Amante”, pediu investigação sobre a tramitação da reforma trabalhista durante sessão do plenário do Senado. Em questão de ordem, a senadora disse que pode ter ocorrido fraude na tramitação da matéria no Senado.

A senadora alegou que foi concedida vista coletiva do projeto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) sem jamais ter havido um só pedido prévio para isso. No plenário, a petista pediu a apuração do fato e, enquanto não há conclusão, que seja interrompida a tramitação da Reforma Trabalhista na Casa. Ou seja, é o PT jogando sujo como sempre para fazer a vontade das centrais sindicais e sobreviver no cenário político nacional.

A parlamentar também solidarizou-se com os baderneiros de aluguel que, no vácuo de delinquência explícita, promoveram atos de vandalismo na Esplanada dos Ministérios na última quarta-feira (24), quando saquearam e depredaram prédios públicos.


Como se o Brasil fosse desprovido de leis, Gleisi criticou o decreto do presidente de Michel Temer que autorizou o uso de militares do Exército para garantir a lei e a ordem, como determina a Constituição Federal, preservando o patrimônio público e a integridade física dos servidores, que no dia dos ataques tiveram de abandonar o trabalho por questões de segurança.

A “Amante” sofre de amnésia de conveniência, pois em 2013, quando comandava a Casa Civil da Presidência, a então presidente Dilma Rousseff valeu-se de expediente idêntico diante dos violentos protestos que tomaram conta do País, iniciados a partir do aumento das tarifas de transporte público em várias cidades brasileiras.

Na quarta-feira, durante a generalizada confusão que tomou conta da sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o relator da reforma, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), não conseguiu ler o parecer e o presidente do colegiado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), deu o texto como “lido” imediatamente antes do encerramento da sessão. A manobra enfureceu a oposição, que agora quer obstruir a tramitação diante da crise política.

“Há indícios concretos de fraude nesse caso, decorrente de um pedido de vista que nunca foi formulado e sequer foi mencionado, como manda regimento interno”, disse, em plenário, a senadora que parece sofrer de indigência intelectual.

Gleisi Helena reagiu à decisão de Jereissati de dar o texto como “lido” fora dos microfones e de ter concedido pedido de vista coletivo sem que antes parlamentares ou partidos tivessem feito solicitação idêntica.

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