Conservadores vencem eleições no Reino Unido, mas devem perder maioria no Parlamento

A pesquisa de boca de urna das eleições gerais no Reino Unido, ocorridas nesta quinta-feira (8), indica que o Partido Conservador deve ocupar a maioria das cadeiras na Câmara dos Comuns. Os votos, porém, não foram suficientes para garantir a maioria absoluta para a legenda da primeira-ministra britânica, Theresa May.

Os conservadores deverão eleger 314 parlamentares, de acordo com a sondagem realizada pelas emissoras de televisão britânicas ITV, BBC e Sky. Já o Partido Trabalhista deve ficar com 266 dos 650 assentos do Parlamento, seguido pelo Partido Nacionalista Escocês (SNP), com 34, os Liberais Democratas, com 14, e o Plaid Cymru (nacionalistas galeses), com três, sendo os restantes distribuídos entre legendas menores.

Se o resultado pesquisa for confirmado, os conservadores perderão 17 cadeiras em relação à eleição de 2015. O SNP também perderia espaço no Parlamento, ficando com 22 assentos a menos. Os trabalhistas teriam aumentado a representação em 34 parlamentares e os liberal-democratas teriam conquistado mais seis. Para garantir a maioria absoluta na Câmara dos Comuns composta por um total de 650 cadeiras, o partido de May precisaria de mais 12 cadeiras.

Cautela

Após a divulgação da boca de urna, líderes conservadores e trabalhistas reagiram com cautela, alegando que aguardam o resultado oficial para fazer comentários sobre as eleições.

“Isto é apenas uma projeção, creio que isso ficou claro, não é um resultado. As sondagens de boca de urna já se enganaram no passado. Em 2015 subestimaram os nossos votos”, disse o ministro da Defesa britânico, o conservador Michael Fallon.


O porta-voz dos trabalhistas, John McDonnell, disse que “todas as sondagens devem ser interpretadas com algum ceticismo” porque “no passado já se equivocaram”.

Cerca de 47 milhões de britânicos foram convocados às urnas nesta quinta-feira para eleger a composição da Câmara Baixa do parlamento, depois que May decidiu no último dia 18 de abril antecipar as eleições que deveriam acontecer em maio de 2020.

Ao justificar a decisão, May disse que ela era necessária para fortalecer o Reino Unido para negociar o Brexit, a saída do país da União Europeia (UE). Ela considerava que os partidos de oposição poderiam influenciar negativamente as negociações sobre os termos do divórcio do bloco europeu.

May foi nomeada primeira-ministra após o país decidir pelo Brexit há cerca de um ano. Quando o parlamento foi dissolvido no início de maio, ela levava sobre os trabalhistas de Jeremy Corbyn uma vantagem de quase 20 pontos nas pesquisas de intenção de voto, mas nas últimas semanas a principal legenda da oposição britânica conseguiu estreitar consideravelmente essa distância.

No momento da dissolução do parlamento em maio, os conservadores tinham 330 cadeiras, frente às 229 do Partido Trabalhista.

As eleições aconteceram em meio a fortes medidas de segurança após os recentes atentados no país. No último sábado (3), oito pessoas morreram e 48 ficaram feridas num ataque em Londres. Há duas semanas, a explosão de um homem-bomba deixou 22 mortos durante o show da cantora Ariana Grande, em Manchester. (Com agências internacionais)

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