Em discurso no Parlamento britânico, rainha Elizabeth 2ª enfatiza busca de consenso para o Brexit

A rainha Elizabeth 2ª abriu formalmente as sessões do novo Parlamento britânico nesta quarta-feira (21/06), afirmando que o governo está comprometido a buscar o “consenso mais amplo possível em relação ao futuro do país fora da União Europeia (UE)”.

Em discurso às duas câmaras do Parlamento, preparado pela primeira ministra Theresa May, a rainha apresentou o programa legislativo elaborado pela chefe do governo britânico para os próximos dois anos. Nele constam oito projetos de lei que têm como objetivo viabilizar a saída do país do bloco europeu, o chamado Brexit.

Entre os projetos também consta a chamada “Grande Lei de Revogação”, que anula as legislações da UE vigentes no país, como a que estabelece a adesão do Reino Unido ao bloco europeu, além de outros projetos de lei referentes ao comércio, imigração, alfândega, pesca e agricultura.

“A prioridade do meu governo é assegurar o melhor acordo possível para a saída do país da EU”, afirmou a rainha, num momento em que o gabinete de May vive fortes divergências sobre qual seria a melhor estratégia para o Brexit.

O discurso da rainha ocorre em circunstâncias políticas incomuns, enquanto a primeira-ministra ainda tenta um acordo com o ultraconservador Partido Unionista Democrático (DUP), da Irlanda do Norte, para compor o novo governo.

Antes do discurso, May declarou que, apesar de o resultado das eleições não ser aquele que ela esperava, o governo “responderá com humildade e determinação à mensagem enviada pelo eleitorado”.


Trump e príncipe Philip

Chamou a atenção no discurso o fato de que a rainha, ao mencionar os próximos compromissos reais, não incluiu a visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

É habitual que a monarca mencione as visitas de Estado em seu discurso, como fez desta vez em relação ao rei Filipe, da Espanha, que deve viajar ao Reino Unido em julho. O fato de o presidente americano não ter sido mencionado faz com que se questione se a visita vai de fato ocorrer.

Trump foi convidado pelo governo britânico e aceitou o convite, mas a data da visita ainda não foi acertada. Há forte oposição ao americano no Reino Unido em razão de suas politicas ambiental e migratória, entre outras questões.

Uma porta-voz da primeira-ministra assegurou que o convite não foi anulado. “A visita não foi mencionada no discurso da rainha porque a data ainda não foi definida”, afirmou.

Também chamou atenção no discurso da monarca a ausência do marido, príncipe Philip, hospitalizado em razão de uma infecção. O Palácio de Buckingham informou que a internação foi apenas uma medida de precaução e que ele passa bem. (Com agências internacionais)

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