Candidato à Presidência, Bolsonaro escancara a essência torpe e diz ser especialista em “matar”

Se a figura de linguagem “descer a ladeira” pode ser aplicada a um país, por certo o Brasil espatifou-se ao final da descida. “Nunca antes na história deste país” viu-se tantos populistas abusando da mediocridade.

Tomando por base que ser medíocre é tarefa de muitos, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que alguns jornalistas alegam ser “pessoa doce”, não consegue esconder a sua verdadeira faceta.

Na quinta-feira (29), em visita a Porto Alegre, após palestra a empresários, Bolsonaro foi questionado por um jornalista sobre os projetos de sua autoria aprovados pela Câmara dos Deputados. E o parlamentar não demorou a relacionar sua função no Exército à atividade de “matar”

O deputado do PSC disse na entrevista que a aprovação de um projeto no decorrer de um mandato parlamentar é uma “grande coisa”. E Bolsonaro mencionou a aprovação do projeto que legalizou o uso da fosfoetanolamina, substância que ficou conhecida como “pílula do câncer”, que não tem eficácia alguma no combate à doença.

“Estive à frente para aprovar a fosfoetanolamina. Cura ou não cura, não sei. Sou capitão do Exército, a minha especialidade é matar, não é curar ninguém. Mas apresentei junto com mais alguns colegas e aprovamos. Dá certo ou não dá? Vamos dar a chance daquele que tem o dia marcado para morrer tomar a pílula”, disse Jair Bolsonaro, que está em franca campanha à Presidência, mas nega o fato para não violar a legislação eleitoral.


Questionado sobre a polêmica e descabida declaração Bolsonaro respondeu: “Se eu não fosse preparado para matar, eu não seria militar. Você teria jogado dinheiro fora”.

“Aprendi a atirar com tudo que é tipo de armas, sou paraquedista, sou mergulhador profissional. Sei fazer sabotagem, sei mexer com explosivo. Vocês nos treinam, nos pagam para isso. Eu não quero é falar que a polícia tem que matar inocente, não é por aí. Mas o pessoal que tá com fuzil na mão na rua, nos aterrorizando, eles só têm uma maneira de ser abatido.”

O Brasil jamais viveu degradação política em grau tão avançado, mas recentes pesquisas do Datafolha mostram Bolsonaro em segundo lugar na preferência do eleitorado nos oitos cenários apresentados aos entrevistados.

No momento em que um político que sonha em comandar o País afirma que sua especialidade é “matar”, fica claro que não há mais saída para um povo que desde 1500 tem a dignidade vilipendiada por falsos salvadores da pátria.

Fosse um país minimamente sério e com autoridades responsáveis, Jair Bolsonaro já estaria respondendo por sua absurda declaração, não sem antes ser alvo de processo de quebra de decoro parlamentar e expulsão do partido que é dito social cristão.

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