No cargo de procurador-geral da República até 17 de setembro, Rodrigo Janot não consegue disfarçar que está à frente de uma caçada ao presidente Michel Temer, que, como sempre afirma o UCHO.INFO, não chegou ao posto máximo do País porque é um inocente incorrigível. Afinal, no Brasil a política transformou-se em atividade criminosa, considerando as raríssimas exceções existentes.
Aproveitando os derradeiros instantes de fama que o cargo proporciona, Janot, em entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila, da GloboNews, disse ter sentido náusea ao ouvir a gravação da conversa entre o presidente da República e o empresário Joesley Batista, dono da JBS, durante encontro fora da agenda oficial, na calada da noite, no Palácio do Jaburu. É fato que a atitude de Temer fugiu aos padrões, mas afirmar que o conteúdo da gravação é nauseante é excesso de criatividade.
“Fiquei chocado e senti náusea. Foi minha reação física: um choque, e fiquei enjoado mesmo”, declarou o procurador no programa “Conexão Roberto D’Ávila”. Assim como qualquer pessoa, Janot tem o direito de reagir como quiser diante de fatos e atos, mas uma autoridade precisa manter isonomia até mesmo no campo dos sentimentos e reação. Ou seja, não cabe a tese dos dois pesos e duas medidas, talvez não seja essa a relação no caso específico.
Se o conteúdo da conversa entre Temer e Joesley é nauseante não se sabe, até porque cada um fica enjoado em situações distintas, mas é preciso saber o que sentiu o procurador-geral quando ouviu a gravação da conversa entre Dilma Rousseff e o alarife Lula, quando a então presidente da República, de forma deliberada e criminosa, tentou fazer do antecessor seu chefe da Casa Civil, como forma de blindá-lo no âmbito da Operação Lava-Jato com o foro especial por prerrogativa de função.
A atitude de Dilma foi tão escandalosa e descabida, que nenhuma desculpa é capaz de justificar a tentativa de atrapalhar as investigações da Lava-Jato, que continua avançando na direção de Lula e outros delinquentes do Petrolão. Mesmo assim, Rodrigo Janot manteve-se incólume diante da ousada conversa, ao passo que no caso de Temer o procurador mostra-se irascível.
Por mais que os envolvidos nesse imbróglio tupiniquim neguem com veemência, está em marcha um plano sorrateiro para viabilizar o retorno da esquerda bandoleira ao poder central. A estratégia busca colocar no olho do furacão, sob holofotes, integrantes de partidos que durante anos a fio foram parceiros dos petistas na roubalheira sistêmica. Enquanto essa manobra avança, o PT reforça o discurso messiânico de que Lula é a versão moderna e tropical de Messias. Vade retro, Janot!